Mais uma campanha polêmica toma conta da Alemanha. Dessa vez, tem três ditadores - Hitler, Stalin e Hussein - no centro da controvérsia.
A campanha foi criada pela agência de publicidade de Hamburgo Das Comitee, para ser veiculada na TV e nos cinemas alemães.
O slogan da campanha é "A AIDS é uma assassina em massa" e apresenta os três ditadores em tórridas cenas de sexo. Porém a campanha divulgada na internet teve um impacto forte e contrário ao do que fora esperado: O You Tube retirou o vídeo promocional que trazia Hitler inaugurando a temática e, diversos sites apresentam posições controversas sobre a campanha (Eu opino, e tu?; Euronews; Ionline; Público; ABCNews; BBC News, dentre outros).
Qual o problema da campanha? O sítio Ionline aponta o primeiro:
Mas há um reverso nessa teoria: associar a sida [AIDS] a ditadores como Adolf Hitler pode estigmatizar as pessoas que contraíram o vírus. Daí as acusações de "insensibilidade" imediatamente lançadas por várias entidades europeias. "A sida é um problema sério e as pessoas devem ser alertadas usando todos os mecanismos possíveis. Mas parece-me incorrecto usar a imagem de Hitler desta forma, diabolizando o soropositivo. Até porque o foco destes alertas deve estar na necessidade de protecção", disse ao i um dos elementos da direcção do Grupo Português de Activistas sobre Tratamentos de VIH/sida, Luís Mendão.
O segundo problema, de cunho mais 'filosófico', diz respeito a figura de Hitler como ditador e a banalização do que significou para milhões de pessoas. Um dos comentários, feito pelo leitor Spitzer, publicado no periódico português Visão, aponta a questão:
O que choca nesta notícia é a banalização do argumento revisionista que transparece desta campanha. É chocante como o revisionismo fascista procura «lavar» a imágem de Adolf Hitler comparando-o a outros dictadores; fazendo-o passar por MAIS UM entre vários. A ideia de que Hitler tería sido mais um entre muitos ditadores, nem melhor nem pior do que tantos outros, é essencialmente revisionista e fascista [...]
É, uma campanha pode levantar muita polêmica quando mexe com as lembranças reais ou imaginárias das pessoas. A polêmica não termina agora, já que a agência não irá retirar de circulação o primeiro filme com Adolf Hitler e, promete para o dia 1º de dezembro - dia mundial contra a AIDS - os outros dois vídeos.
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