É assim que costumo classificar os tempos atuais: quando adolescente, fui muito ingênuo com a maioria das coisas a minha volta. Era outra geração, recém saída de um regime ditatorial no Brasil. Por aqui foram 20 anos de silenciamento e uma cultura da ingenuidade, aplicada a crianças, jovens, adultos e idosos.
Retomo isso, pois a geração desse início de século XXI, vivencia os tempos de pós-ingenuidade. Esses tem espaço para criar e divulgar idéias no 'imenso mar' à descobrir da web. São 'nativos' de um outro tempo. Os veículos de comunicação, também, não são mais os mesmos: no Brasil, parece existir um sentimento de "inutilidade da programação aberta", no meio intelectual e em vários grupos sociais.
Um notícia que li a pouco, demonstra a idéia - dos tempos de ingenuidade à pós-ingenuidade. Segundo noticiado pelo Portal Ionline, uma escola secundária americana do Colorado, proibiu o uso de pulseiras coloridas, por pensarem que essas teriam conotações sexuais. Segundo a notícia, Mike Medina, presidente da Angevine Middle School, de Lafayette, perto de Boulder, enviou uma mensagem de e-mail aos pais, alertando-os para as pulseiras "de gelatina", cujas cores indicam o nível de atividade sexual que um estudante já atingiu ou pretende atingir. Verdade ou apenas lenda urbana, bastou isso para que se criasse um burburinho entre alunos e, alerta entre os pais.
A reportagem indica que os adolescentes viram na internet um jogo chamado Snap, que é baseado na descodificação das cores e o tipo de atividades sexuais a serem desempenhadas. Por exemplo, preto significava penetração sexual, laranja, beijo, branco, mostrar os seios, amarelo, abraço, vermelho, sexo anal etc.
Minha vivência dos anos 1980, desconhece essa brincadeira entre os adolescentes da época (e olha que os colegas de escola eram bem adiantados nesses assuntos). Qualquer referência a isso, era mais próximo de uma lenda urbana. Porém, a minha vivência como adulto e educador, agora nos tempos de pós-ingenuidade, me leva a acreditar que "aonde há fumaça, há fogo", mesmo não visível. Diferente dos adolescentes dos anos 1980, que queriam mostrar aos outros o que faziam, os jovens desse início de século, não precisam mostrar nada a ninguém, basta fazê-lo só ou, melhor ainda, com os amigos.
De qualquer forma, pais e educadores já devem estar alertas as peripécias que os jovens praticam para 'descobrir' o sexo.
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