É isso mesmo! O jornalista é uma rede. Essa é a proposta de David Beriain, Ander Izaguirre e Sergio Caro, no mesa redonda intitulada El periodista empresa, do X Congreso de Periodismo Digital, que ocorreu em Huesca, na Espanha.
Para os autores da proposta, o jornalista é como uma marca que produz rentabilidade aos jornais (veja a imagem). Essa marca, amplifica-se na medida em que o jornalista cria sua "rede" com as redações, fontes, especialistas, público especializado e com seus leitores.
Já vivenciamos essa idéia no caso dos jornalistas freelances que escrevem para diversos jornais no Brasil. Mais do que um texto, eles vendem uma marca, um nome que representa "respeitabilidade e confiança" sobre um determinado assunto. Ter um texto produzido por "este ou aquele" jornalista, torna o próprio jornal mais atraente para certos públicos. Daí a importância da rede, ou melhor, do jornalista-rede.
Beriain, Izaguirre e Caro apontam para essa rede intrincada de colaborações que é o jornalista:
Donde los periodistas no son ya piezas de una redacción engranada y jerárquica (por mucho que se horizontalice), sino constructores de una marca propia que convierten a su vez en redes sociales porque los nuevos periodistas son capaces de extender los viejos lazos con fuentes y colegas a una esfera más amplia e interactiva con más participantes, interacción y público con quienes aprovechar su inteligencia propia, la colectiva y también su capacidad de redifusión.
El periodista como red social es capaz de crear nuevas interacciones con su propio medio (si pertenece a alguno), las fuentes, los expertos con los que tiene una relación habitual, el público más especializado y segmentado, que sigue su trabajo por interés en su ámbito (geográfico o temático) de información, por empatía y a partir de ahí llega al público general con una estructura de reporteo, edición, difusión, participación, corrección y archivo en red.
Essa é uma boa reflexão sobre o fazer jornalístico. Como redes, os profissionais da comunicação, deveriam ser capazes de novas e complexas interações com seus leitores. Pena que a realidade no campo laboral ainda esteja um pouco distante de vivenciarmos isso plenamente, já que muitos jornalistas parecem resistir ao uso da mídias sociais e de outros aparatos tecnológicos e, quando os possuem, dificilmente "respondem" ou "interagem" com seus leitores nos espaços de comentários (com raras e honrosas exceções!).
De qualquer forma, é como resume Juan Varela, jornalista e consultor de mídia, na análise que escreveu sobre esse assunto no sítio Periodistas 21 (Espanha):
Ya existen en internet muchos periodistas red, igual que blogueros, autores, académicos o expertos que han construido sus redes propias. Todos podemos ser una red social. Es una de las mejores soluciones para salir de una crisis profesional que va más allá de los intereses de los editores o de los problemas cotidianos del oficio.
É, o problema não tem sido, de fato, ser uma rede, mas penso que o problema maior tem sido manter a rede com qualidade. Não é simples, nem fácil transformar "seu espaço", individualizado, impar, no "espaço do nós", coletivizado, partilhado e construído em rede. Mas vale a reflexão dos colegas e a tese.
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