No início da semana, o Jornal Zero Hora noticiou que um dos jornais mais antigos país, o Jornal do Brasil que publica diariamente notícias já por 119 anos, deixaria suas atividades impressas.

O Jornal do Brasil foi criado em 1891 por Rodolfo Epifânio de Sousa Dantas, com Intenção de defender o regime deposto monárquico. Foi fechado em 1893, por ordem do presidente Floriano Peixoto, voltando a circular em 1894. Na década de 1950, O Jornal do Brasil passou por uma ampla reforma gráfica que revolucionou o design de Jornais no Brasil. Em 2001, a marca foi arrendada pelo empresário baiano Nelson Tanure.

Segundo o Zero Hora,
Considerado uma referência da imprensa nacional e um dos mais influentes veículos do país entre o período da ditadura militar e o início da redemocratização, o JB não resistiu a dívidas e à queda na tiragem mesmo em um ano em que a circulação dos jornais teve alta de 1,5% nos primeiros cinco meses de 2010.
O jornal carioca começou a enfrentar problemas financeiros a partir da década de 1980 e hoje teria dívidas de R$ 100 milhões, enquanto sua tiragem cai. O jornal econômico Gazeta Mercantil, também controlado por Tanure, deixou de circular em maio do ano passado por dificuldades semelhantes.
Essa notícia foi logo repercutida por outros sítios nacionais, tais como o Jornalistas da Web e, internacionais, como Shaping the Future of the Newspaper blog (sfnblog.com)  e journalism.co.uk. Todos os artigos repercutidos lamentaram o fato do fim do periódico impresso. De fato, devido a situação de endividamento, relatado pelo Zero Hora, é de se lamentar. Mas não vejo isso, a priori, como um fim, mas uma reinício.

O Jornal do Brasil, quando criado em 1891, foi pioneiro em muitos aspectos. Apesar de a motivação atual ser basicamente financeira, será uma boa oportunidade para verificarmos a aceitação/receptividade do períódico no meio online, de forma definitiva. Também será uma boa oportunidade para levantar-se o grau de fidelidade dos leitores tradicionais acostumados ao impresso, porém fidelizados a um tipo de leitura e apresentação da informação. Vamos esperar que essa "crise" sirva de motor propulsor para mudanças e outros possam avaliar o potencial para migrar definitivamente para a internet.

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