O Blog Novos Medios.org, destinado a estudos de jornalismo e comunicação, mantido pela Faculdade de Comunicação da Universidade de Santiago de Compostela (Espanha), disponibilizou um resumo da palestra realizada por Manuel Castells.
Manuel Castells dispensa muitas apresentações. É professor de comunicação e tecnologia em inúmeras universidades européias, além de escritor de diversos livros nessas áreas. Na palestra realizada, Castells discutiu sobre a "universidade na era da informação" e, atribuiu a essa, o papel de "instituição central do mundo em que vivemos".
Segundo ele, a universidade teve seis funções ao longo da história, conforme citado pelo sítio:
1. A universidade que produz valores e legitimação social, própria da fase em que as escolas teológicas, centravam a atividade universitária;
2. Função de seleção de elites, através da educação e da configuração de sua rede social;
3. A universidade formadora de profissionais da própria universidade tecnológica;
4. Função de produção de conhecimento. Castells fala em universidade, científica, função tardia que começou a desenvolver-se na segunda metade do século XIX na Alemanha e, depois, importada pelos EUA no final desse mesmo século;
5. A universidade educadora de massas. A universidade generalista, que estende o direito à educação universitária a todas as pessoas. Os recursos, não crescem proporcionalmente às necessidades projetadas, pelo aumento de alunos. Trata-se, do que Castells, alcunhou como "café para todos, mas descafeinado".
6. Função empreendedora. A universidade empreendedora gere a ligação entre o mundo empresarial e da produção de conhecimento, que se desenvolve no seu seio. É a encarregada de traçar pontes de relacionamento para que o fluxo de conhecimentos, entre a universidade e a necessidade de desenvolvimento de aplicações e tecnologias da empresa privada seja contínuo, freqüente e de qualidade.
Poderia uma única universidade abarcar esse "universo" de possibilidades? Para Castells, não. A universidade deveria primar por algumas dessas funções, mas obrigatoriamente, "a excelência deve ser um dos primeiros fins da universidade, junto com a função de serviço público (que não implica, a exclusão das universidades privadas, que tenham também um boa trabalho de serviço ao público) e a necessidade de auto-constituir-se, como espaços com autonomia própria, para servir à sociedade num ambiente de liberdade", frisa o sítio.
Ao ler essa notícia e as perpesctivas de Castells, não pude deixar de lembrar das leituras que fiz sobre a Universidade, principalmente as propostas de Robert Paul Wolff (O ideal da universidade), Wladimir Kourganoff (A face oculta da universidade), Geraldo Moisés Martins (Universidade federativa autônoma e comunitária), Clark Kerr (Os usos da universidade) e Durmeval Trigueiro Mendes (Ensaios sobre educação e universidade). Em maior ou menor grau, as propostas de Castells passam pelo olhar e discussão desses autores, que frisam a importância da universidade como estrutura basilar de formação humanística e técnica do cidadão.
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