Desde cedo na formação dos jornalistas, a palavra "objetividade" torna-se parte do seu vocabulário central. Espera-se, que essa competência, seja "ensinada" e desenvolvida durante todo o processo formativo. Mas o que é essa objetividade? Defende-se (e, com isso, esforçamo-nos a ensinar), que o trabalho do jornalista deve ser isento, neutro, como condição de legitimidade da prática jornalística.
Que habilidades são exigidas nesse processo de objetividade? Podemos indicar algumas: uma linguagem simplificada, a construção em terceira pessoa do texto, imparcialidade e um registro fidedigno dos diálogos. Essas habilidades, permitem ao jornalista, a realização de um recorte do "real", construindo a sua "realidade", que posteriormente, é partilhada com os leitores. Esses, por sua vez, exercitam sua própria leitura.
Temos nisso um problema: a objetividade repousa sobre a linguagem. De um lado, temos o jornalista, que constrói seu olhar sobre o fato e, do outro lado, temos o leitor que interage com o texto e, nessa tecitura, cria, transforma, destrói e reconstrói sua(s) leitura(s). Essa leitura (que não é mais "a leitura"), desenvolve-se em "maneiras de ler" o mundo a nossa volta. O sujeito - quer o falante, quer o leitor - lança seu olhar, que de nenhuma forma consegue ser neutro. A leitura do signo é sempre ímpar e, a ação compreensiva, uma experiência única, que teimamos em achar que pode ser reproduzida, ipsis literis, de um leitor a outro.
Vamos agregar mais um ingrediente: a presença do editor. Esse tem um papel de intermediar o processo de construção da informação. Na verdade, esse pré-leitor qualificado, exerce o papel de consolidar o "pacto de leitura", que a área da comunicação tem com as demais áreas do conhecimento. Espera-se, que a notícia produzida, atenda ao critério da objetividade para ser publicada/veiculada.
E aqui o "caldo fica mais grosso", quando o editor faz o recorte na narração produzida, que obviamente não é e, dificilmente será, objetiva. O editor assume para si toda a carga ideológica, que faz parte do processo de escolha de qual tipo de escrita será ou não aceita.
E como está o panorama de atuação desse profissional? Craig Newmark, escreveu para o The Huffington Post, sobre a crise da "curadoria de notícias". No artigo intitulado A nerd's take on the future of news media, Newmark critica a atuação, ou melhor, a falta de atuação dessas "curadorias" no processo da notícia e, aproveita o espaço, para criticar a objetividade jornalística. Para ele, a objetividade que é praticada, por apenas se ouvir as partes e suas justificativas, não é um agregador de valor. Ao contrário, seria um motivo para perda de credibilidade.
Será que ele vislumbra algum caminho para a ação jornalística no futuro? É claro que sim. Para ele, o futuro está na criação de modelos mais híbridos, com a presença de outros atores nesse processo de edição, onde a "transparência é a nova objetividade" e o "[...] futuro das organizações jornalísticas será determinado pelas tendências emergentes que já são visíveis".
Vamos agregar mais um ingrediente: a presença do editor. Esse tem um papel de intermediar o processo de construção da informação. Na verdade, esse pré-leitor qualificado, exerce o papel de consolidar o "pacto de leitura", que a área da comunicação tem com as demais áreas do conhecimento. Espera-se, que a notícia produzida, atenda ao critério da objetividade para ser publicada/veiculada.
E aqui o "caldo fica mais grosso", quando o editor faz o recorte na narração produzida, que obviamente não é e, dificilmente será, objetiva. O editor assume para si toda a carga ideológica, que faz parte do processo de escolha de qual tipo de escrita será ou não aceita.
E como está o panorama de atuação desse profissional? Craig Newmark, escreveu para o The Huffington Post, sobre a crise da "curadoria de notícias". No artigo intitulado A nerd's take on the future of news media, Newmark critica a atuação, ou melhor, a falta de atuação dessas "curadorias" no processo da notícia e, aproveita o espaço, para criticar a objetividade jornalística. Para ele, a objetividade que é praticada, por apenas se ouvir as partes e suas justificativas, não é um agregador de valor. Ao contrário, seria um motivo para perda de credibilidade.
Será que ele vislumbra algum caminho para a ação jornalística no futuro? É claro que sim. Para ele, o futuro está na criação de modelos mais híbridos, com a presença de outros atores nesse processo de edição, onde a "transparência é a nova objetividade" e o "[...] futuro das organizações jornalísticas será determinado pelas tendências emergentes que já são visíveis".
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