Para 93,4% dos jornalistas entrevistados que atuam nos jornais impressos, o jornalismo on-line não é uma moda passageira. É o que a pesquisa "A gestão dos recursos humanos nas redacções dos mass média em Portugal", publicado pelo Observatório da Comunicação (OBERCOM), levantou entre 190 jornalistas portugueses nas principais redações.
Sobre a possibilidade da substituição da mídia impressa pela on-line, 78,7% dos jornalistas entrevistados discordam dessa ocorrer, já que para 85,4% trata-se de apenas uma forma de "cativar visitantes e anunciantes".
E que dizer da formação? O estudo revelou que 93,1% dos jornalistas entrevistados não tem formação para atuar no campo da internet. Segundo o estudo:
As razões para a não formação são referidas em mais de metade dos casos (55,7%) não ter necessidade/interesse em investir em formação nesse domínio (dadas as funções e o nível de exigência na redacção) verificando-se, contudo, uma significativa propensão (44,3%) para a aquisição/desenvolvimento de competências nesta área, com destaque para a especialização em jornalismo para novos suportes Internet, criação de sites e produção de materiais multimédia.
Talvez seja por essas visões sobre a internet, que o estudo tenha concluído:
Conclui-se que as mudanças provocadas pela Internet ao nível das políticas de contratação e de desenvolvimento/mobilidade dos recursos humanos não foram significativas; que a aquisição de competências na área do multimédia, por via da formação e por iniciativa da direcção dos diferentes media, não ocupa um lugar central na política de desenvolvimento dos recursos humanos, não obstante a propensão para a valorização da aquisição de competências neste domínio por parte dos jornalistas. Os resultados indiciam também que as edições on line não constituem uma prioridade em termos de uma gestão de recursos humanos orientada estrategicamente para os seus profissionais e público, e que o aceleramento da concorrência inter-media põe, de certa forma, em causa um modelo de jornalismo vigente até há poucos anos.Esse estudo é bem revelador: ou estamos superestimando o uso da internet e dos impactos sobre os jornais e o próprio jornalismo, ou nossos colegas portugueses estão subestimando o impacto da tecnologia nos espaços laborais. Em qual você aposta?
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