Essa foi uma das perguntas que Umberto Eco, 78 anos, escritor e semiólogo, fez sobre o futuro dos livros, em face da internet e da cultura da digitalização, publicada no jornal Crítica de la Argentina, de Buenos Aires. Eco é internacionalmente conhecido por obras tais como "O nome da Rosa", "O pêndulo de Foucault", "Como se faz uma tese", entre outras. 

Para Eco, “o livro de papel não desaparecerá” e “o computador é amigo dos livros”. Essas afirmações reforçam a perspectiva positiva de que, essas tecnologias não deviam ser concorrentes, mas complementares no processo de formação de neoleitores.

Eco destacou que a internet permitiu avanços importantes:
“La computadora multiplicó los libros. Hoy nos la pasamos imprimiendo”, afirmó Eco, para luego asegurar que, entre sus ventajas, “la computadora permitió que todos puedan publicar sin pagar, así que arruinó a los editores que cobraban para publicar a los malos poetas” y que también dio nuevos lugares de expresión allí donde hay dictaduras.
Mas também apontou problemas. O primeiro é centrado na questão dos filtros, para Eco a:
[...] “internet es un gran peligro para los libros porque no filtra. La cuestión es saber cuáles son los lugares donde buscar información sobre temas que no son de nuestra competencia. Si tengo que buscar algo sobre Física, no estoy en condiciones de saber qué es serio y qué no. Es un problema, porque la cultura radica en conservar algunas cosas y en dejar pasar otras. Ésa es su fuerza. Así que la materia del mañana en las escuelas será enseñar a filtrar”, explicó.
Outro problema é a durabilidade da mídia digital. Eco afirma:
“Hoy sabemos que un libro de papel dura al menos 600 años, porque lo tenemos. Pero en la actualidad, no tenemos ninguna prueba científica de que lo digital pueda durar. ¿Quién puede garantizar cuál será la duración de un disquete y si lo podremos utilizar en el futuro? El libro de papel se hace y nadie lo puede cambiar”, aseguró Eco, y dijo, en tono jocoso, que otra desventaja es que aún nadie sabe cómo se hará para dedicar un libro digital.
Essas questões apontadas por Umberto Eco são importantes, mas não desmotivam ou desmerecem o potencial que os meios digitais assumiram em nossa sociadade. Lembro-me agora, ao escrever isso, do livro de Thomas Kuhn, A Estrutura das Revoluções Científicas, onde ele afirma que, um paradigma dominante existirá até que o último defensor morra, sendo substituído pelo paradigma emergente.

Pensando alto, o paradigma dominante, a impressão de livros em papel existirá por muitas décadas, quem sabe séculos, mas o paradigma emergente, o digital, é uma realidade inconteste. É o futuro que vemos engatinhar no presente.


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