Chris Lynch, jornalista especializado em tecnologias sociais e web, defendeu em seu sítio, o The Lynch Blog, que o jornalismo mudará drasticamente nos próximos anos

Essa é uma afirmação lógica, já que a crise mundial aponta para a mudança de conceitos. Mas Lynch agrega algo interessante: sua crítica vai também para os formadores, com foco nas escolas, faculdades e/ou universidades de jornalismo.

Para Lynch,
Nos próximos anos, eu acho que a maioria das escolas de jornalismo vai diminuir ou desaparecer. As restantes serão drasticamente diferentes, com os alunos enfocando temas que não dizem respeito à criação de conteúdo. [...] A noção de o jornalista ser um profissional que é apenas um observador objetivo de um tópico, irá desaparecer nos próximos anos. Esta é uma coisa boa, pois era uma fantasia estúpida...
Essa visão de Lynch já é corroborada por outros autores da área de formação, que apontam a necessidade de rever-se as estruturas e métodos. Aliás, outra crítica ferrenha de Lynch: enquanto que a internet está, a mais de uma década consolidada no campo das práticas jornalísticas, as faculdades e/ou universidades ainda ensinam métodos tradicionais, que não fazem sentido no cenário atual.

E aí tenho de concordar com um posicionamento de Lynch: os jornalistas atuais perderam muito do que pareciam ter no passado, o reconhecimento e a credibilidade como intelectuais. "Os jornalistas deixaram de ser especialistas", lembra Lynch, para "relatarem sobre os especialistas".

Suzanne Lainsson, economista e jornalista, comentando sobre essa visão de Lynch, acrescenta algumas idéias:
Essa tem sido minha grande reclamação sobre as escolas de jornalismo. Ao invés de aprender a escrever e a investigar (que deveriam ter aprendido na escola fundamental e média), os estudantes seriam melhor servidos por cursos de história, negócios, economia, ciência, meio ambiente, e assim por diante. Eles precisam saber o suficiente para ser capaz de fazer as perguntas certas.
 Essas visões pragmáticas da formação em jornalismo são questionáveis. De fato, fazem sentido no contexto profissional, onde a maioria dos conteúdos apreendidos são, na maioria das vezes, pouco utilizados. Mas não podemos esquecer: somos a resultante daquilo que aprendemos e vivenciamos. Não seríamos nós, sem nossos olhares inviésados, sem nossas vivências, sem nossas teorias apreendidas. As posições de Lynch e Lainsson são importantes por revelarem demandas à formação universitária, mas não são posicionamentos finais. Muita água deve rolar antes de sabermos (se é que saberemos mesmo!) aonde queremos chegar com a formação em jornalismo.


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