Programa: aonde iremos chegar? |
Os pesquisadores reconhecem que, no campo da redução da pobreza e da desigualdade de renda, o programa teve um grande impacto. "Em 2007, mais de 11 milhões de famílias foram beneficiadas, isto é, cerca de 46 milhões de pessoas, um quarto da população brasileira", afirmam os pesquisadores. Em 2011, segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, esse número atende mais de 12 milhões de famílias.
Porém, que dizer do impacto na educação? Será que o programa aumentou o número de matrículas escolares, reduzindo as taxas de abandono escolar e melhorando os índices de aprovação?.
Segundo os autores,
[...] após contabilizar os efeitos cumulativos, que o Bolsa Família tenha aumentado as taxas de matrícula em cerca de 5,5 pontos percentuais da 1ª à 4ª série e cerca de 6,5 pontos percentuais da 5ª à 8ª série. Eles também descobriram que o programa reduziu as taxas de abandono escolar em cerca de 0,5 ponto percentual no caso de crianças da 1ª à 4ª série e cerca de 0,4 ponto percentual, no caso de crianças da 5ª à 8ª série. O programa aumentou as taxas de aprovação em cerca de 0,9 ponto percentual para crianças da 1ª à 4ª série e 0,3 ponto percentual para crianças da 5ª à 8ª série.
Apesar dos resultados encontrados, os autores concluem:
Embora esses impactos favoreçam o Bolsa Família, cálculos simples com base nos impactos sobre a matrícula sugerem que os prováveis benefícios, em termos de aumentos salariais, não devem exceder os custos do programa. Seu efeito em longo prazo parece ser o aumento das taxas de matrícula dos participantes em cerca de 18 pontos percentuais, o que significa que 82 por cento dos beneficiários teriam sido matriculados na escola mesmo sem o Bolsa Família. A transferência de renda, no entanto, só poderia ser vista como benefício em razão de sua distribuição. Isto suscita a seguinte questão: será que o Bolsa Família pode ser canalizado para aquelas famílias que não teriam matriculado seus filhos se o programa não existisse? Responder esta pergunta é uma tarefa importante para futuras pesquisas.
O estudo está disponível no Centro Internacional de Políticas para o Crescimento Inclusivo, da Organização das Nações Unidas (ONU). Um resumo expandido da pesquisa também está disponível no International Policy do Centro do mês de março/2010.
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