Parece brincadeira, mas não é: o jornal cearense Diário do Nordeste demitiu de forma arbitrária, no último dia 18 de outubro, o jornalista Dalwton Moura, por ter escrito e editado matéria no Caderno 3 sobre as revoluções marxistas que marcaram os séculos XIX e XX.
Segundo a nota do Sindicato dos Jornalistas do Estado do Ceará (Sindjorce):
O caderno especial, de seis páginas, foi considerado pela direção da empresa "panfletário" e "subversivo", além de "inoportuno ao momento atual".Tendo, entre outras fontes, o filósofo Michael Löwi, que estaria em Fortaleza para lançar o livro "Revoluções" (com imagens que marcaram os movimentos contestatórios decisivos para a história dos últimos dois séculos), a matéria foi pautada pelo editor-chefe do jornal, Ildefonso Rodrigues, tendo sido sugerida pela historiadora e professora Adelaide Gonçalves, da Universidade Federal do Ceará (UFC). No entanto, ao comunicar a demissão do jornalista, o editor-chefe se limitou a dizer que "não sabia o conteúdo da reportagem até vê-la publicada".
Essa é muito boa: como um "editor-chefe" diz que não sabia do conteúdo de um caderno? É fato que, no Brasil, a moda é dizer que 'não se sabia', mas como parte das competências jornalísticas de um editor, obrigatoriamente, encontra-se a revisão dos conteúdos a publicar. Pior é que isso pode até virar moda: jogar a culpa para o trabalhador e não querer assumir uma posição ideológica clara. É uma pena que um jornal se dê a essa atitude.
Leia as matérias que custaram o emprego do jornalista Dalwton Moura e tire suas conclusões:
1.Trata-se da entrevista com Michael Löwy que fala sobre o livro "Revoluções".
2. Homem de muitos mundos, de Adelaide Gonçalves (UFC)
3. Revolução e imagem e De volta a Fortaleza, da jornalista Síria Mapurunga
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