Fonte: Graco Medeiros
Uma discussão interessante que está rolando no momento no meio jornalístico é o caso  WikiLeaks que divulgou grandes volumes de documentos inéditos e secretos. 

O problema que surgiu com essa grande quantidade de fontes inéditas, como um verdadeiro Tsunami,  foi o que fazer com elas. Parece brincadeira: o que um jornalista faz com uma fonte inédita que possibilite um "furo"? Ele pesquisa, confere os dados (uma, duas ou mais vezes), entrevista outros, cria argumentos e conexões e, publica. Simples assim!

É, mas quando a enxurada de fontes veio por meio do WikiLeaks a situação não foi de "euforia jornalística" com o novo, mas sim uma situação de "congelamento". Explico melhor: os jornais ficaram tão entupidos de possibilidades que não sabiam o que fazer com tanta notícia quente. Foram milhares de relatório, todos a serem averiguados, milhares de dados a serem conferidos e milhões de possíveis conexões a serem estabelecidas. Resultado? Quase-inércia. O novo, isto é, a liberação massiva de dados, pegou a imprensa em uma situação que nunca haviam vivenciado.

Martin Moore, diretor do Media Standards Trust, em um artigo para o Idea Lab, chegou a brincar em um post afirmando que "em breve, todas as organizações de notícias, terão um bunker "próprio" - uma sala escura, onde um grupo escolhido à dedo entre os repórteres, estarão recolhidos com seus cartões de memória, laptops com dados recém-abertos, algumas pizzas velhas e muito café". Parece brincadeira? Achei quando li o primeiro parágrafo, mas ele cita o caso do U.K.'s Daily Telegraph, que fez isso com "meia dúzia de jornalistas em uma sala durante nove dias, com cerca de 4 milhões de registros de gastos dos políticos".  E aponta que o mesmo está sendo feito pelo The Guardian, o The New York Times e o Der Spiegel com Julian Assange do WikiLeaks.

Moore apresentou cinco questões importantes para os jornais e jornalistas pensarem quando a enxurada de dados/fontes começarem, já que o assunto também cai na discussão da ética:
1. Como podemos aproveitar a inteligência do público para gerar uma longa lista de matérias?
2. Como podemos torná-las pessoais?
3. Como podemos usar os dados para aumentar a credibilidade das matérias?
4. Como filtramos os dados (e decidimos o que se publicar ou não) da melhor forma e o mais rapidamente possível?
5. Como podemos nos assegurar de que, no futuro, pessoas e organizações dispostas a "vazar" grandes volumes de informação entreguem esses dados para nós?
Estão aqui questões que gostaria de ver a resposta. Com a palavra os editores....

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