Toda vez que leio algo sobre controle da informação veiculada, não tenho como não associar a censura. Posso estar sendo radical em pensar assim, mas quando li ontem o post no Blog do Toledo sobre as "regras" da Folha de São Paulo para que seus jornalistas utilizem o twitter e, hoje, por meio do Twitter, a coluna do Lauro Jardim, onde a Globo normatiza o uso de blogs, twitter e facebook, fico me indagando sobre a liberdade do indivíduo na internet. 
O recente e desastrado escândalo da Xuxa ao utilizar o twitter, que rendeu mídia negativa e a postura do Gentili, que também ao utilizar o twitter, foi acusado de preconceito, são dois dos exemplos de que não devemos misturar as "bolas": a construção de uma reputação no espaço virtual não é automático e nem mesmo proporcional ao que ocorre em outras mídias.  Essa construção é diária, pelo posicionamento crítico e sério e, não por se oferecer "presentinhos" e "promoções de camisa ou ingresso", como tem ocorrido como forma de captação de seguidores no Twitter, por exemplo. 
É a censura ou o controle mais rígido uma forma de garantir idoneidade? Tenho minhas dúvidas sobre isso. Também não gostaria de ser interpretado como fazendo "apologia a liberdade sem responsabilidade", que permite que alguém escreva qualquer coisa sem pensar nas consequências. 
Retomemos a informação de Lauro Jardim sobre as novas normas da Globo:
"Estão proibidos, por exemplo, “a divulgação ou comentários sobre temas direta ou indiretamente relacionados às atividades ligadas à Globo; ao mercado de mídia ou qualquer outra informação e conteúdo obtidos em razão do relacionamento com a Globo”.
A emissora endureceu também noutro ponto: só com autorização da Globo seus contratados poderão ter blog, twitter etc. vinculados a outros veículos de comunicação.
Segundo a Globo, o objetivo é proteger seus “conteúdos da exploração indevida por terceiros, assim como preservar seus princípios e valores”.
Será que isso resolve, garantindo a lisura e o furo jornalístico? A informação é como 'a água que escorre pelos dedos em um dia de chuva', seja oficialmente ou extra-oficialmente, ela 'vazará'. Se não for por um jornalista ou ator, será pelo colega que, trabalhando na 'faxina' (ou um parente, um agregado, etc.), escuta e divulga!
É ingenuidade e muita credulidade reavivar práticas repressoras e, criando uma atmosfera de medo da punição institucional, obrigar o silêncio. Resta saber se todos aceitarão silenciosamente essas práticas repressoras para garantir seus empregos.

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