O analfabetismo no Brasil é histórico. Histórico também é a incompreensão de suas causas, de seus atenuantes e agravantes e, principalmente, como transformar essa realidade. Nesse aspecto, a compreensão dos dados é essencial para entender esse processo excludente. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), realizada feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base em uma amostra de domicílios brasileiros, levantou diversas características socioeconômicas da sociedade que podem ajudar nesta compreensão.
Dois importantes documentos foram disponibilizados e ajudam a entender esse movimento. O primeiro, é o Comunicado IPEA nº 66, que traz uma análise da evolução da educação no Brasil no período de 1992 a 2009, além de um quadro mais detalhado da atual situação da escolarização da população brasileira.
Para o diretor do IPEA, Jorge Abrahão, "o analfabetismo na população de 15 anos ou mais ainda é considerado muito alto: 9,7% da população nessa faixa não sabe ler nem escrever. Estamos em situação muito pior que a de países desenvolvidos. Não é nem preciso ir tão longe, já que outros países da América do Sul, como Equador, Chile e Argentina apresentam índices melhores que os do Brasil.Grandes diferenças são encontradas entre a população urbana e rural (4,4% contra 22,8%), branca e negra (5,9% contra 13,4%), e das regiões Sul e Sudeste (5,5% contra 18,7%). Quando comparados os 20% mais ricos da população e os 20 % mais pobres, a diferença também é grande: 2% contra 18,1%. Quanto à idade, a faixa acima de 40 anos registra o maior percentual: 16,5% de pessoas que não sabem ler e escrever".
O segundo, é o Comunicado IPEA nº 70, que discorre sobre a situação do analfabetismo e do analfabetismo funcional no Brasil, nos últimos cinco anos.
Segundo esse comunicado, "na faixa etária de 15 anos ou mais, houve redução do número absoluto de analfabetos de pouco mais de 1 milhão de pessoas em todas as regiões do país, que corresponde a uma queda de 7%. Em termos relativos, a taxa de analfabetismo caiu cerca de 1,8 ponto percentual (p.p.), passando de 11,5% para 9,7%".
Vale a pena ler os dois comunicados e entender esse movimento.
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