Cena de Os Simpsons sobre doutorandos
A pouco vi um post do Antonio Granado em que ele fazia menção a um pequeno vídeo de menos de um minuto extraído de episódios do desenho Os Simpsons. O desenho dispensa apresentações, por ser amplamente difundido e, fora do convencional.

Nas diversas cenas de alguns poucos segundos, o foco do humor são os estudantes de doutoramento. Algumas das cenas apontam para o baixo salário, a pouca qualidade de vida nesse período e até para a falta de alimentação adequada. Parece brincadeira e dá vontade de rir do desenho, se não fosse a realidade de alguns pós-graduandos.

A busca pela titulação, não mais apenas pelo saber em si, mas pela própria obrigação imposta pelo mercado de trabalho (que exige a titulação como parte do processo de melhoria salarial). Desde que o Brasil atrelou nos anos 1980, a titulação a progressão salarial/funcional nas universidades, ser "doutor" não é uma questão de maturidade acadêmica e uma busca por contribuir com a ciência, mas uma questão de sobrevivência profissional no meio acadêmico.

Li em vários momentos, nos últimos 5 anos, no Jornal da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência), artigos de doutorandos e mestrandos que, assim como o desenho dos Simpsons, tinham falta de alimentação adequada e moradia (enquanto estudantes no estrangeiros), principalmente na Itália, França e Espanha.

É uma pena que não seja apenas uma piada sem graça. Trata-se de realidade, onde o pesquisador em busca de sua titulação, tem sua degradação física, moral e até intelectual constatada. É claro que muitos superam, mas há casos em que a opção para alguns é o fim da vida. Esse foi o caso de um estudante de doutoramento em Química (em uma universidade européia), orientado por um prêmio Nobel, que poucos dias antes da defesa "surtou" e se matou. O mesmo sofrimento mental ocorreu na época que eu fazia mestrado na  Universidade de Brasília (UnB), onde casos assim já foram constatados, alguns com fins trágicos.

Segue o vídeo, caso deseje partilhar essas "pérolas" da realidade acadêmica dos processos formativos:





0 Responses so far.

Postar um comentário