Cada vez assusta mais a estudantes da área de comunicação/jornalismo quando se fala que a produção de textos jornalísticos para a web é diferente de tudo que o se faz no impresso.
Até mesmo professores sentem o desconforto de tal afirmação, já que a escrita - lócus por excelência da ação jornalística - parece não ser tão diferente assim. É claro que não vou entrar na especificidades e diferenciações que manuais fazem. Não é meu objetivo nessa postagem fazer isso.
Até mesmo professores sentem o desconforto de tal afirmação, já que a escrita - lócus por excelência da ação jornalística - parece não ser tão diferente assim. É claro que não vou entrar na especificidades e diferenciações que manuais fazem. Não é meu objetivo nessa postagem fazer isso.
De fato, o mundo mudou. Isto é, a forma como as pessoas liam um determinado texto transformou-se e, nesse movimento, a compreensão de onde a pessoa inicia o texto também. A hipertextualidade, elemento facilitado pela tecnologia e pela "leveza" da internet, permite novas construções aos neoleitores. Mas, nem sempre, quem constrói o texto, atenta para isso ou mesmo compreende que isso acontece.
Daí surgirem nos últimos anos tantos estudos sobre o percurso do olhar (Eye tracking) sobre determinados espaços de informação, mediados pela internet. Mas é bom lembrar que isso não é novo, já que desde 1800 se fazem estudos para definir onde determinadas informações serão disponibilizadas.
No campo do jornalismo não poderia ser diferente, já que as indústrias jornalísticas querem ter os melhores resultados em seus negócios. Algumas empresas, entre elas a Eyetracking, fundada na Universidade de San Diego, tem utilizado recursos de ponta, para testar e construir um referencial de usabilidade no campo dos estudos dessa área. Utilizando diversas técnicas, entre elas o mapa de calor, eles podem definir o percurso do olhar em páginas web, em anúncios, em prateleiras do supermercado, etc. Com isso, se tem uma perspectiva de leitura. O Google já vem utilizando isso a um bom tempo.
São infalíveis os estudos com mapas de calor? É claro que não. Os mapas de calor tem brechas, já que muitos que o olham pela primeira vez, imaginam que as áreas mais quentes representam inequivocamente o espaço mais visto. De fato o é, se não fosse a diferença de tempo que se leva para ver uma imagem e se ler um parágrafo.
Segundo a Eyetracking, "[...] A razão que eles não aparecem como pontos quentes é que leva muito mais tempo para ler um parágrafo do que para ver uma imagem. Assim, o impacto do olhar de cada usuário em relação a imagem se torna mais diluído em cada segundo gasto lendo o texto." Dessa forma, muitos estudos de usabilidade de sítios jornalísticos tem utilizado além de mapas de calor, a análise estatística dos dados para complementar esses estudos.
Complexo? Muito, mas bastante intrigante. Se desejar ler mais, o sítio Eyetracking traz uma indicação bibliográfica bem extensa sobre o assunto, fruto dos trabalhos desenvolvidos pelo grupo e publicado em diversos períodicos.
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