No último dia 29.08, Robert Peston que é editor de negócios da BBC, lançou a intrigante pergunta em seu blog: "What future for media and journalism?". Essa pergunta é fruto de sua fala feita no Richard Dunn Memorial Lecture, durante o MediaGuardian Edinburgh International Television Festival. 
Entre os vários aspectos, Peston aponta que suas observações são direcionadas a parte da mídia, o jornalismo de notícias que, segundo ele, "está lutando para lidar com a combinação de um colapso na publicidade mais grave ainda do que o mergulho  sofrido em meados dos anos 1970, que é a maciça mudança tecnológica".
Ao falar sobre a recessão, que os jornais tradicionais estão sofrendo em muitos países, sobretudo no Estados Unidos, Preston destacou quatro pontos:
1. A recessão vivida do modelo de negócio tradicional de notícias não é comum, pois está destruindo o modelo e precisa ser revisto.
2. Em um mundo globalizado, em que o digital ocupa 24 horas, 7 dias por semana , a organização de notícias tradicional pode ser menos poderoso do que era, mas as histórias continuam a ser uma mensagem mais forte do que nunca.
3. As distinções tradicionais entre os "jornalistas de televisão", "jornalistas de rádio" e "jornalistas da mídia impressa" são bastante obsoletas. Isso tem enormes implicações operacionais para todas as empresas de mídia e também para a regulação da indústria.
4. Precisamos de revisar o modelo de notícias e verificar se os serviços de notícias on-line atenderndem a s necessidades  de qualquer democracia florescente.

Dito isso, Preston enfatizou que a "festa acabou", isto é, os altos lucros da indústria da comunicação despencam a cada ano, em comparação com o crescimento da internet e do seu sistema de notícias, o que para ele motivará a tarifação de notícias no espaço da web.  Daí diz algo bem interessante sobre o que ele chama de 'novo' jornalismo:

"Para ser claro, a nossa fragilidade não está na altura de nossas vozes, ela está em nossa determinação para sondar e desafiar a ortodoxia. Pode ser um clichê, salientar que houve uma enorme fragmentação dos fornecedores de notícias entre os meios de comunicação tradicionais e, que surgiu uma nova espécie digital - muitos deles altamente especializados - com notícias que você pode usar em tudo, desde o número de 'buracos do lado de fora de sua porta da frente', ou mesmo o que está acontecendo em outros espaços,... além de blogs, Twitter e assim por diante. Mas, embora as organizações de notícias individuais estejam, provavelmente, mais fracas, enfrentando pressões financeiras, mais concorrência do que nunca, o poder das histórias individuais - e, suponho, de jornalistas, de tempos em tempos - tem aumentado. Quando tiro uma história na internet, como têm muitas vezes ocorrido em relação à crise de crédito nos últimos anos, é uma enorme explosão de informação no mundo inteiro. [...]  Quando comecei no jornalismo, eu escrevia uma ou duas histórias em uma semana em uma máquina de escrever clunky mecânica - foi no século passado, mas realmente não faz muito tempo. Agora eu escrevo em até cinco ou seis blogs em um único dia, e transmito o programa Ten O'Clock News para até 20 ou mais outros canais e programas em um único dia."
Outro ponto interessante:
"Ao invés de jornalistas totais [fechados em uma única área], talvez nós estejamos nos tornando jornalistas que escrevem a música tema, cantam a música tema, e assim por diante. Certamente, o meu conselho para qualquer jovem que pense em se tornar um jornalista é adquirir todas as habilidades, mesmo as que não se consideram jornalísticas, de transmissão, ou os jornalistas de rádio ou imprensa escrita: cada vez mais é tudo a mesma coisa. O que importa é o que sempre importou - os fatos, a história. A habilidade de um jornalista é desenterrar informações que interessam às pessoas e, depois, comunicá-lo da forma mais clara, precisa - e, se possível, de maneira tão agradável - como possível."
Outros pontos importantes também foram destacados por  Robert Peston. Leia o texto integral aqui


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