Foi assim que Tom Grubisich, editor sênior do Banco Mundial em Washington, DC, escreveu para o The Online Journalism Review, sobre o Relatório "A Reconstrução do jornalismo americano", de Leonard Downie Jr. e Michael Schudson, publicado essa semana e que vem causando criticas no meio jornalístico.

Para Grubisich, o relatório é mais um " exemplo do que o que há de errado com o debate sobre o futuro do jornalismo. [...] O relatório, patrocinado pela Columbia Journalism School, destaca sínteses, conclusões e recomendações da peso, mas com valor de algumas gramas de pensamento crítico".

Mas o que há de tão controverso nesse relatório? Bem, ele aponta o problema, citando Jan Schaffer, que é diretor executivo da American University's J-Lab: The Institute for Interactive Journalism e ganhador de um prêmio Pulitzer:
Se realmente queremos reconstruir o jornalismo americano, precisamos olhar mais do que o lado da oferta, temos necessidade de explorar o lado da procura, também. Temos de começar a prestar atenção à trilha de pistas no ecossistema dos novos meios de comunicação e seguir o 'pão'. Que indústria  não teria dificuldade de corrigir-se pensando somente em "nós", os fornecedores de notícias, e não 'neles', os consumidores de notícias? Eu não ouço a qualquer desses consumidores neste relatório.
É claro que o relatório tem sua importância. Já o discutimos aqui em outro post. Mas, ele é o olhar de apenas um lugar comum: o dos fornecedores de notícias. E, para Grubisich, foi esse o pecado de Downie Jr. e Schudson, deixarem de indagar-se com o olhar do outro, de perguntar o porquê, testar hipóteses e indicar recomendações apropriadas.

Essas observações feitas, reforçam o que já é realidade: a retórica e argumentos bem feitos sobre a crise do jornalismo, mas que não tenham uma visão do problema como um todo, e não apenas de suas partes (no caso, de uma única parte), será alvo de críticas, apesar de toda elegância que possa ter.

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