A compreensão e a utilização da convergência jornalística não é assunto pacífico. Desde que foi anunciada, ainda nos anos 1990, a sua compreensão passa por percepções conceituais diferenciadas, pelo fato de ser um conceito extremamente "polissêmico, polimorfo, complexo, instável e próximo", para lembrar o professor Salaverría. 

A idéia da convergência, em linhas gerais, parte do pressuposto que novas e antigas mídias possam interagir de formas cada vez mais complexas, multidimensionais, superando os usos pensados originalmente, criando um 'hibridismo' digital. Esse hibridismo já era vivenciado desde os anos 1950 pela convergência de linguagens em um mesmo suporte, como era o caso da televisão.

Nesse sentido, Aaron Chimbel, professor adjunto da prática profissional na Schieffer TCU's School of Journalism,apontou a dificuldade de se conceber uma prática convergente no jornalismo. No artigo intitulado "News convergence isn't easy for student journalists, either", publicado no The Online Journalism Review (OJR), Chimbel aponta para, mesmo vivendo-se avanços tecnológicos, a dificuldade que alunos de jornalismo tem com as "novas" mídias. Ele cita o exemplo da compartimentalização que vivencia na universidade, onde o jornal-laboratório e a rádio-laboratório, ficam em espaços diferenciados e não se integram, demonstrando aos futuros profissionais do jornalismo, como seria realmente uma prática jornalística convergente. 

Outro ponto discutido por Chimbel é o currículo. Para ele, as mudanças na estrutura curricular, permitindo uma maior exposição do alunado a convergência é necessária, mas apontou para a regularidade do processo como um elemento ainda complexo, já que "não basta colocá-los todos juntos para se ter convergência", ressalta.

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