Para quem estiver com disponibilidade de tempo, alguns eventos em jornalismo são uma boa pedida:


1. II Workshop sobre Aspectos da Interação-Humano Computador para a Web Social, via Social Media

Chamada de Trabalhos

II WAIHCWS – Workshop sobre Aspectos da Interação Humano-Computador na Web Social, em conjunto com o IX Simpósio Brasileiro de Fatores Humanos em Sistemas Computacionais (IHC'10), a ser realizado em Belo Horizonte, MG, de 05 a 08 de Outubro de 2010.

A Web Social faz parte das transformações que têm redefinido a forma como as pessoas se relacionam, utilizam e são afetadas pela tecnologia. Nos últimos anos, têm-se verificado o surgimento e crescimento de várias tecnologias, tais como: a categorização social (e.g. tagging/folksonomias), as redes sociais, a navegação e busca social, a publicação e compartilhamento colaborativos, entre outras. O sucesso dessas tecnologias depende fortemente dos seus usuários e da informação por eles produzida e organizada, estando diretamente ligado à forma como esses usuários se sentem ao utilizar tais sistemas (e.g. aos aspectos relacionados à experiência do usuário) e como a interface foi projetada. A segunda edição do WAIHCWS pretende promover a continuidade das discussões sobre as oportunidades e os desafios que a Web Social traz para comunidade de pesquisa em Interação Humano-Computador e áreas afins, colocando em foco os conceitos de sociabilidade e valores humanos.

Os tópicos de interesse incluem, mas não estão restritos a:

* * Teorias e mecanismos de incentivo à participação e colaboração dos usuários;
* * Métodos de design e de avaliação de softwares sociais;
* * Fatores, características e medidas de sucesso de softwares sociais;
* * Aspectos emocionais e afetivos em softwares sociais;
* * Comunicação, colaboração, compartilhamento, segurança, normas e protocolos sociais e demais aspectos de sociabilidade;
* * Identidade, privacidade, confiança, reputação e outros valores humanos em softwares sociais;
* * Usabilidade e acessibilidade em softwares sociais;
* * Emergência e Aproveitamento do Conhecimento Social.

Submissões

Convidamos trabalhos em todos os estágios de desenvolvimento, descrevendo sistemas aplicados, resultados empíricos, propostas e resultados de pesquisas que abordem aspectos da Web Social com foco na interação humano-computador. Posições e discussões fundamentadas teoricamente acerca dos tópicos de interesse também são bem-vindas.

Os artigos devem ser escritos preferencialmente em Inglês (artigos em Português também serão aceitos), sendo short papers (4-6 páginas) ou full papers (8-10 páginas), no formato SIG CHI-ACM. As submissões devem ser inéditas e incluir resultados não publicados. Os artigos selecionados serão publicados nos anais estendidos do IHC'10 e serão disponibilizados na Série CEUR-WS. A submissão dos artigos estará aberta em breve por meio do sistema JEMS!

Versões estendidas dos melhores artigos do Workshop (fullpapers) serão convidadas para submissão na Revista de Informática Teórica e Aplicada (RITA)

Contatos pelos e-mails: waihcws@ic.unicamp.br e waihcws@gmail.com

Datas Importantes

Prazo de Submissão: 30/07/2010
Notificação aos Autores: 22/08/2010
Envio da versão final: 28/08/2010


2. Congreso de Comunicación Alternativa: Medios, Estado y Política (COMEP), via Chico Sant'Anna

La Facultad de Periodismo y Comunicación Social – UNLP invita al Congreso de Comunicación Alternativa: Medios, Estado y Política,COMEP

20 Y 21 DE OCTUBRE 2010

En un contexto histórico político donde las distintas sociedades latinoamericanas ponen en discusión la impronta político cultural neoconservadora, una revisión profunda incluye los procesos de producción y reproducción del conocimiento.

En Argentina, nos encontramos ante una oportunidad histórica de discusión de las políticas públicas comunicacionales a partir de la reciente sanción de la Ley de Servicios Audiovisuales. Trabajar en una nueva agenda de discusiones latinoamericanas destinadas a un programa regional de formación de comunicadores sociales y periodistas en pos de sociedades inclusivas es uno de los objetivos centrales de este congreso.

Fecha límite para presentación de resúmenes: 08 de Agosto
Fecha límite para la presentación de ponencias: 17 de Septiembre

Mesas de Trabajo
1. Comunicación y Políticas Públicas
2. Ley de servicios audiovisuales: antecedentes, discusiones y prospectiva
3. Los medios y las implicancias en la trama sociocultural
4. Los medios frente al avance tecnológico
5. Movimientos sociales y de comunicación: estrategias
6. Periodismo y Periodistas: responsabilidad civil y ética periodística en las sociedades contemporáneas
7. Comunicación, política y medios: construcción de las agendas
8. Los medios de Comunicación en América Latina: la vinculación de los medios con los procesos políticos
9. Usos sociales de los medios
10. Experiencias y prácticas de comunicación alternativa

* Para mayor información: Web: www.congresocomep.wordpress.com / Correo: comep@perio.unlp.edu.ar


3. Jornalismo e Internet: Os Desafios da Rede, via blog do GJOL

Promovido pelo Centro de Artes, Humanidades e Letras, da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, o Seminário tem início no próximo dia 07 de julho.

Traz as palestras sobre Desafios do jornalismo 2.0, Jornalismo, blogs e Democracia, Jornalismo e Hipermídia, dentre outros temas que serão abordados.


Você tentaria contar uma história em menos de 1 minuto? Se for bem curta, é  fácil! Mas, e se ela tivesse 15 mil anos? Você tentaria expor esses 15 mil anos de história de um lugar em 47 segundos? Pois foi o que o teaser criado para a Universal Shanghai Expo 2010, dirigido por Yann Couderc e produzido pela Creative Cube fez.

A proposta do teaser de 47 segundos é desenvolver o tema: "Mônaco: Entre o mito e a realidade, uma nação, uma comunidade". Diversos momentos da história (passada, presente e futura) são apresentados para reforçar os argumentos. Vale a atenção para localizá-los em tão pouco tempo.

Veja o que acha da proposta:

Monaco Shanghaï 2010 - World Expo (teaser) from Cube Creative on Vimeo.

Vez por outra, nos deparamos com uma expressão do tipo "que país/lugar tupiniquim é esse!" para criticar a falta de originalidade ou mesmo de desenvolvimento necessário. Quando eram os meios de comunicação o alvo, não havia muito o que questionar, salvo se o indivíduo desejasse adentrar por uma zona de conflito sem muita proteção.

Mas parece que temos alguns indicadores mais substanciais para rebater essa visão equivocada, principalmente se o alvo for a mídia. É que a UNESCO disponibilizou o livro “Indicadores de Desenvolvimento de Mídia”. Segundo Chico Sant'Anna, que deu a dica em seu blog,
Trata-se de um documento aprovado, em 2008, pelo Programa Internacional para o Desenvolvimento da Comunicação (IPDC) da UNESCO. O texto é resultado de intenso trabalho de uma equipe formada por especialistas de organizações intergovernamentais, não-governamentais, universidades e associações profissionais de diversas regiões do mundo, em um claro esforço para que a diversidade e a complexidade do setor ao redor do planeta fossem contempladas na construção do documento.
O livro, disponível para download, está estruturado em cinco grandes categorias interrelacionadas: 
1. Um sistema regulatório favorável à liberdade de expressão, ao pluralismo e à diversidade da mídia; 
2. Pluralidade e diversidade da mídia, igualdade de condições no plano econômico e transparência da propriedade;
3.A mídia como uma plataforma para o discurso democrático; 
4.Capacitação profissional e instituições de apoio à liberdade de expressão, ao pluralismo e à diversidade;
5.A capacidade infra-estrutural é suficiente para sustentar uma mídia independente e pluralista. 

Cada uma das categorias apontadas, traz um marco legal e político que embasam os indicadores de qualidade, bem como uma indicação de leitura disponível na rede. 

A revista portuguesa Jornalismo e Jornalistas, publicação trimestral do Clube de Jornalistas (Portugal), está com um novo número disponível. A edição disponível para download, intitulada “O fim dos tempos ou a reinvenção do jornalismo?” traz como foco o jornalismo na internet, uma discussão sobre o uso dos blogs e um artigo sobre os 15 anos do ciberjornalismo em Portugal. A dica é do jornalista português Helder Bastos, do blog Travessias Digitais, que assina um dos artigos.

Veja o resumo e se interessar, faça o download:
O tema desta edição, sob o título “O fim dos tempos ou a reinvenção do jornalismo?”, trata da influência da Web 2.0 na organização e operação dos media, bem como de algumas teorias sobre o que deverá ser o jornalismo no século XXI. Um texto de Paulo Nuno Vicente que abre vias interessantes de discussão. Este número da “JJ” inclui também a segunda parte do artigo “Os media e a blogosfera – conflito em público?”. Uma análise de Helder Bastos a “15 anos de ciberjornalismo em Portugal” conclui que «o balanço está longe de ser positivo». Destaque, também, para uma entrevista com o prof. Carlos Camponez, segundo o qual «Os jornalistas são um pouco desleixados com a sua auto-regulação».

Quando se fala em formação pós-graduada no país, não há como não reconhecer o impacto que as agências de fomento tiveram para a consolidação e institucionalização da pós-graduação brasileira, sobretudo a CAPES. Mas as estatísticas ainda estão longe de serem animadoras.

O estudo Doutores 2010: estudo da demografia da base técnico-científica brasileira, disponível para download, realizado pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), apresentou alguns dados importantes.

Entre os dados, o estudo aponta para um crescimento entre 1996 e 2008 de 278%, com taxa média anual de 11,9%. O número parece bem significativo, mas a realidade do país aparece no gráfico a seguir:

Quando compara-se esse crescimento, por porcentagem a cada mil habitantes, vemos o quanto ainda temos de avançar na formação pós-graduada. O Brasil tem, pelo que aponta a pesquisa, apenas 1,4 doutores por cada mil habitantes. O ranking coloca a Suiça e Alemanha, com a maior taxa, com 23 e 15,4 doutores por mil habitantes, respectivamente.

De fato, o crescimento brasileiro, a uma taxa de 11,9% ao ano anima, mas ainda é pouco quando vemos que esse crescimento ocorre apenas na região sudeste do país. As regiões norte e nordeste, historicamente esquecidas, mantém taxas de formação pós-graduada muito baixas, beirando quase a inexistência em alguns estados da federação. Avançamos, de fato, mas ainda temos mum longo caminho a percorrer para dimunuir os abismos formativos no âmbito da pós-graduação.

Outros gráficos são bem reveladores. Veja a seguir:


À propósito do estudo Doutores 2010

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 08:45 0 Comments

O estudo Doutores 2010: estudo da demografia da base técnico-científica brasileira, disponível para download, foi realizado pelo Centro de Gestão de Estudos Estratégicos (CGEE), ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). A dica foi dada pelo blog do GJOL.

Segundo os coordenadores do estudo, Eduardo Baumgratz Viotti, da Universidade de Brasília (UnB)e Rosana Boeninger, da Universidade de Campinas (UNICAMP), trata-se de um importante estudo para a área. De fato, esse estudo clarifica a situação e desenvolvimento das áreas no período de 1996 a 2008. Agrega, dessa forma, valor ao conhecimento e nos impõe mais necessidades formativas.

Mas tenho de discordar de algo. Para os autores, o estudo:
[...] é inédito por que gerou e divulga informações nunca antes produzidas ou sistematizadas sobre a população de (mestres e) doutores brasileiros. Também é inédito em seu esforço de utilizar e desenvolver uma metodologia de utilização de inúmeros registros administrativos e ou pesquisas realizadas regularmente pelo IBGE e, com isso, dispensar a realização de pesquisas de campo que seriam dispendiosas e envolveriam as dificuldades inerentes a esse tipo de pesquisas amostrais. Ademais, é original pelo fato, que não será perceptível pela simples consulta destes estudos, de haver desenvolvido um esforço paralelo de construção das bases de um núcleo de articulação interinstitucional e de capacitação técnica que poderá vir a gerar novos trabalhos dessa natureza.
Verdade que esse estudo é inédito por ser "um esforço paralelo de construção das bases de um núcleo de articulação interinstitucional". Mas não é "inédito por que gerou e divulga informações nunca antes produzidas ou sistematizadas sobre a população de (mestres e) doutores brasileiros". Pelo menos, não totalmente inédito.

Um rápida consulta a bibliografia dos autores do estudo, fica evidente o não conhecimento de um estudo anterior, financiado pela CAPES em convênio com a UNESCO, de autoria do professor Jacques Velloso (professor emérito da UnB), realizado com mestres e doutores no país a partir de 1990. O estudo coordenado por Velloso, entrevistou cerca de 3600 mestres e 1800 doutores formados no país, em uma primeira fase, nas áreas de Administração, Agronomia, Bioquímica, Clínica Médica, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Física, Química e Sociologia. E na segunda fase, nas áreas de Direito, Economia, Engenharia Mecânica, Geociências, Odontologia e Psicologia, totalizando 3300 egressos de programas de mestrado e doutorado. O estudo mesclou, em algumas áreas, amostras e universos, nos dando uma visão global da situação de formação pós-graduada.

A pesquisa "A pós-graduação no Brasil: formação e trabalho de mestres e doutores no país", volume I e volume II estão disponíveis para download no Domínio Público do MEC. Sugiro também a leitura do livro "Mestrandos e doutorados no país - trajetórias de formação", organizado por Velloso e Léa Velho (UNICAMP) e os textos disponíveis no SCIELO "Mestres e doutores no país: destinos profissionais e políticas de pós-graduação" e "A pós-graduação no Brasil: formação e trabalho de mestres e doutores no país" para aqueles que querem aprofundar-se na temática.

Com esse adendo, não quero desmerecer o estudo, mas agregar informação. O mestrado que realizei com o professor Velloso, foi nessa área de estudo de egressos de programas de mestrado, nos cursos de Psicologia. Aprendi muito com essa pesquisa quali-quantitativa, principalmente entrevistando os egressos participantes na pesquisa e suas trajetórias profissionais em 10 anos de formação.

Um vídeo bem interessante foi produzido pela agência TBWA, com produção de Warm & Fuzzy e pós-produção da empresa francesa Digital District. O material foi elaborado para a Anistia Internacional. Vale a reflexão sobre a pena de morte nos países que a mantém. O vídeo está disponível no vimeo.



Amnesty International from Digital District™ VFX Post-Pro on Vimeo.


Para muitas pessoas a parceria de universidades com empresas dá "arrepios". Parece que, para a Universidade de Nova York, o assunto já não é tão complexo assim. Carole Wurzelbacher, escreveu para o sítio EditorWeblog.org, um artigo intitulado "Universities and journals work together for journalistic innovation", onde apresenta uma visão sobre as parcerias realizadas entre a Universidade de Nova York, o The New York Times, o The Bay Citizen e a Next Door Media.

O objetivo desta parceria, segundo Jay Rosen, citado na reportagem, é "corrigir um desalinhamento entre as escolas de jornalismo e as empresas de notícias". Espera-se, neste modelo de parceria, aproximar o campo de trabalho da produção de notícias, com os processos de formação, ampliando as competências formativas.

Além disso, esse tipo de parceria reforça a divulgação entre novos públicos de potenciais publicidades, melhorando a receita dos jornais. A reportagem cita o caso da Universidade de Washington, com o jornal The Daily, que passou a oferecer outros serviços de forma integrada, resultantes dessa aproximação.


O Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Faculdade de Comunicação da UFBA, disponibilizou três livros de docentes na rede. A dica foi dada pelo blog do GJOL. São eles:

Organizadores: André Lemos e Fábio Josgrilberg
Segundo os organizadores, "O leque de discussão é amplo. Reunimos neste livro o que há de melhor no Brasil na área das tecnologias móveis de comunicação. Alguns pesquisadores importantes ficaram de fora, mas novos livros virão.Tentamos, nesse primeiro movimento, reunir um conjunto de pesquisadores, e suas respectivas instituições, que tem, no campo da comunicação, desenvolvido um pensamento de ponta, inovador, de pesquisa e formação de recursos humanos no país na área das mídias móveis. Precisamos, efetivamente, enfrentar esta que é a nova onda da revolução da informática no campo social: os serviços e tecnologias baseados em mobilidade e localização".


Autor e autoria no cinema e na televisão
Organizador:José Francisco Serafim
Segundo o organizador, "Discutir o lugar do autor em obras audiovisuais é o objetivo dos textos aqui apresentados. Mas, podemos nos indagar inicialmente, quem é o autor de uma obra fílmica ou televisiva? A quem podemos outorgar o epíteto de autor? É um fato sabido por todos que a grande maioria das obras audiovisuais é o resultado de um trabalho coletivo e que diferentes profissionais estarão a serviço de uma idéia que será realizada/produzida por um indivíduo que chamamos diretor, podendo este personagem, ser denominado autor da obra. Mas, podemos nos indagar: para quê a obra necessita de um autor? [...] Neste livro, os textos presentes buscam refletir sobre o autor da obra audiovisual no contexto estético/formal. Mesmo se consideramos as questões jurídico/legais fundamentais para se compreender as obras cinematográficas e televisivas, bem como sua veiculação na atualidade, esses temas são aqui abordados de forma secundária".

Televisão e realidade
Organizadora: Itania Maria Mota Gomes
Segundo a organizadora, "A partir de perspectivas teóricas e metodológicas muito distintas e da análise de produtos televisivos os mais diversos, os artigos aqui reunidos problematizam as concepções a priori que circulam no nosso campo de estudos seja sobre o real seja sobre a televisão, recusam o caráter essencialmente evidente da relação entre TV e real e se perguntam sobre o que significa falar de realidade quando falamos em televisão Alguns eixos temáticos aqui abordados são os gêneros e formatos da produção televisiva sobre a realidade; as narrativas sobre o real na TV; as vinculações entre televisão, história e memória; a construção do real pelo telejornalismo e as representações do real na teleficção. Em sua diversidade, eles certamente contribuem para dotar de consistência teórica e metodológica os procedimentos de análise dos produtos televisivos".

E a convergência jornalística?

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 08:25 0 Comments

A compreensão e a utilização da convergência jornalística não é assunto pacífico. Desde que foi anunciada, ainda nos anos 1990, a sua compreensão passa por percepções conceituais diferenciadas, pelo fato de ser um conceito extremamente "polissêmico, polimorfo, complexo, instável e próximo", para lembrar o professor Salaverría. 

A idéia da convergência, em linhas gerais, parte do pressuposto que novas e antigas mídias possam interagir de formas cada vez mais complexas, multidimensionais, superando os usos pensados originalmente, criando um 'hibridismo' digital. Esse hibridismo já era vivenciado desde os anos 1950 pela convergência de linguagens em um mesmo suporte, como era o caso da televisão.

Nesse sentido, Aaron Chimbel, professor adjunto da prática profissional na Schieffer TCU's School of Journalism,apontou a dificuldade de se conceber uma prática convergente no jornalismo. No artigo intitulado "News convergence isn't easy for student journalists, either", publicado no The Online Journalism Review (OJR), Chimbel aponta para, mesmo vivendo-se avanços tecnológicos, a dificuldade que alunos de jornalismo tem com as "novas" mídias. Ele cita o exemplo da compartimentalização que vivencia na universidade, onde o jornal-laboratório e a rádio-laboratório, ficam em espaços diferenciados e não se integram, demonstrando aos futuros profissionais do jornalismo, como seria realmente uma prática jornalística convergente. 

Outro ponto discutido por Chimbel é o currículo. Para ele, as mudanças na estrutura curricular, permitindo uma maior exposição do alunado a convergência é necessária, mas apontou para a regularidade do processo como um elemento ainda complexo, já que "não basta colocá-los todos juntos para se ter convergência", ressalta.

Essa é uma das questões ventiladas no relatório "Seeking Sustainability", organizado por Christopher Sopher e disponibilizado pelo Knight Chair in Journalism da Universidade de Austin. O relatório apresenta os debates organizados pelos jornais Texas Tribune e Voice of San Diego, sobre a sustentabilidade dos jornais nos Estados Unidos. 

Dos diversos assuntos tratados, o relatório do evento, destaca o empreendedorismo, a tecnologia e a geração de receitas, bem como aponta a importância de "[...] criar, reforçar e proteger as comunidades informadas e os ecossistemas locais de informação, de que o jornalismo é um componente necessário". De fato, esse é um desafio e tanto, em face da crise que parecem viver os periódicos pela bandas de lá. 

"Comunicación local y nuevos formatos periodísticos en Internet" é o livro organizado por Guillermo López García. A coletânea traz reflexões de 11 autores espanhóis sobre os novos formatos jornalísticos na Espanha. O livro está disponível para download ou pode ser acessado pelos capítulos, que seguem:

I. La situación de los cibermedios en España

II. El caso particular de los cibermedios valencianos
- Los medios valencianos en la Red: orígenes, evolución y balance de conjunto. Guillermo López García (Universitat de València)
- La recuperación de la información en los periódicos digitales valencianos. Rosa Martínez Rubio (Universitat de València)
- Les edicions locals de Vilaweb al País Valencià. Mar Iglesias García (Universitat d’Alacant).

III. Nuevos formatos periodísticos
- Los confidenciales digitales como nuevos formatos de opinión en la Red. María Sánchez González (Universidad Internacional de Andalucía)
- Un medio nacido de Internet: el weblog. Tomás Baviera Puig (Universitat de València)
- La opinión en la web: de la columna al weblog. Martí Domínguez Romero (Universitat de València)

Parece ser uma boa questão de pesquisa. De fato o é. Um texto disponível, já não tão novo, é a conferência "A WAKE-UP CALL:Can Trust and Quality Save Journalism?", realizada em 2005 na cidade de San Antonio. 

O relatório final, editado por Donica Mensing, Merlyn Oliver e Leonard Witt, apresenta os resultados da conferência que reuniu especialistas na área das Universidades de Nevada, Kennesaw State, UCLA Center, dentre outros.

A última conferência, intitulada "What the News Media Future Will Look Like", fez uma reflexão sobre o futuro da mídia, que é bem atual. Ao discutir a questão da confiança e da qualidade, Bill Grueskin, do Wall Street Journal Online, fez uma reflexão que ainda é extremamente pertinente: que a questão da confiança é, ao mesmo tempo, uma questão de identidade, que ao ser criada, ao mesmo tempo "constrói" nos leitores uma perspectiva de proximidade. Pode parecer redundante, mas a idéia é essa mesma: a de circularidade, bem própria de uma dialética que alimenta indefinidamente novos olhares. 

O texto, disponível para download, é bem atual, já que muitas perspectivas apontadas pelos palestrantes ainda estão bem longe de ocorrer. 

O tamanho da propaganda

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 21:49 0 Comments

Parece brincadeira, mas quando se pensa na Coca-Cola, essa não dá "ponto sem nó" quando o assunto é propaganda. É que um "monstro" gigante foi produzido com caixas de garrafa. É isso mesmo: 2.500 caixas de garrafas de Coca-Cola foram cuidadosamente empilhadas para parecerem um gigante. 

As 2.500 caixas alcançaram 16,5 metros de altitude e, juntas, pesam mais de 25 toneladas. A façanha foi realizada na África do Sul e, em tempos de Copa do Mundo, vai ter um impacto "monstruoso" nos consumidores.


Essa é a essência do livro intitulado "E o rádio?: novos horizontes midiáticos", organizado por Luiz Artur Ferraretto e Luciano Klöckner, da PUC-RS. O livro é uma coletânea de 40 artigos apresentados no XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, realizado em Curitiba, em 2009. Os temas abordados são dos mais variados, tais como história, ensino, cidadania, criatividade, publicidade, programação e futuro da mídia sonora.
Já no prefácio da obra, os organizadores dão o tom da obra, ao indagarem:
Afinal, e o Rádio? A pergunta vai e volta com frequência. Está presente nas salas de aula das universidades, nas redações e nos estúdios das emissoras, nos escritórios de diretores, coordenadores, chefes... Ganha abrangência e gera preocupação nestes tempos de internet, globalização, convergência... Afinal, e o Rádio? Para onde vai este veículo que há nove décadas foi chegando de mansinho e ganhando os ouvintes com estardalhaço maior ou menor conforme reinava absoluto ou retirava-se para um plano secundário?
Essas são questões tratadas pelos autores participantes que, direta ou indiretamente, apontam a atualidade do rádio, apesar de outras mídias parecerem ter mais repercussão.Vale a leitura e reflexão.

Em uma sociedade do hiperconsumo, para lembrar de Gilles Lipovetsky em "A Felicidade Paradoxal", quais os significados da pirataria? Como a comunicação e os processos formativos a compreendem? Alguns autores tem apontado para a idéia de que a pirataria no meio digital, não é apenas a necessidade de consumir, mas também de se interferir na elaboração dos conteúdos, compartilhando. 

Essa é uma das idéias de Cândida Nobre, da UFPB, no trabalho intitulado "Os processos de ressignificação da pirataria no ciberespaço", apresentado na COMPÓS/2010. Nobre, ao conceituar pirataria, esclarece:
Reforçamos que a pirataria não envolve única e exclusivamente a motivação de lucro direto diante da cópia da obra. É possível ao usuário realizar uma cópia para si próprio, bem como ver um vídeo disponibilizado no YouTube que, a princípio seria protegido por direitos autorais e a indústria ainda assim rotular seu comportamento como pirataria. A razão que leva o indivíduo ao consumo da cópia é variável. Assim como o interesse da comercialização da cópia é o lucro, há os que consomem tais produtos por estarem abaixo do preço e, portanto, compartilham da mesma motivação do vendedor. Há, no entanto, obras que eram de difícil acesso até estarem disponíveis na rede, de forma que recorrer ao “pirata” é a única maneira de entrar em contato com o produto.
E, finalmente, há ainda a dificuldade de acesso do público em relação aos produtos culturais. Neste caso, não estamos tratando das pessoas que têm a opção de ir ao cinema ou comprar um filme no comércio informal, mas daqueles que só terão acesso às obras se estas forem adquiridas por meio da pirataria. Para esta parte da população, a pirataria pode ser entendida como um caminho para a inclusão social. Tanto é assim que mais uma vez destacamos a pesquisa feita no Brasil constatando que a pirataria não é vista com maus olhos pela maioria da população e a prática estaria associada ao mesmo princípio de Robin Hood, de extrair algo dos ricos para os pobres terem acesso (BOECHAT e HERDY, 2008). A diferença seria que, ao menos à primeira vista, o consumo da cópia não restringe o outro do acesso à obra.

Esses argumentos dão muito em que pensar, já que essa visão ampliada associada a pirataria, resgata a noção básica de compartilhamento do conhecimento. Nobre propõe, ainda, uma tipologia de compreensão desses argumentos. Vale a pena a leitura dos argumentos.

Não é pecado sonhar e traçar perspectivas. Alguns delas, pensadas para a internet, nos ajudam a ver como avançamos nas últimas décadas. 

São entrevistas e comerciais com o intuito de promover o futuro tecnológico.  Algumas são bem engraçadas, mas reveladoras. Outras retratam um sonho possível. Vale a pena rememorar!



1969


1981


1993


1994-1998



Redes sociais e jornalismo

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 21:58 0 Comments

Esse é um dos assuntos mais produtivos dos últimos tempos. Parece persistir a "dúvida cruel": as redes sociais são um forma de jornalismo? Ao meu ver, uma rede social pode ser utilizada como um espaço de produção jornalística, mas não quer dizer que toda rede social seja jornalismo. Mas quais os elementos diferenciadores?

Achei muito interessante a dica do colega português Pedro Jerônimo, no blog Jornalices. Ele dispobilizou o vídeo, que coloco a seguir, da entrevista de Jennifer Preston, responsável pela rede social do The New York Times. 

Para Preston, as redes sociais são um meio do jornal se comunicar com a audiência, sendo uma ferramenta muito valiosa para o jornalismo. Ela cita o caso do Twitter do NYT, com mais de 2,5 milhões de seguidores, onde se pode compartilhar em tempo real as informações disponibilizadas no jornal, bem como a comunidade no Facebook, com 600 mil fãs, destinado a fotografias de todo o mundo compartilhadas pelos leitores.

Veja outros pontos destacados por Jennifer Preston a seguir.


Jornalismo investigativo na China

Postado por Gilson Pôrto Jr. às 17:22 0 Comments

Está disponível para download o documento "Investigative Journalism and Political Power in China", elaborado por Haiyan Wang, jornalista investigativo do Southern Metropolitan Daily, de Guangzhou (China). O material faz parte da política de análise do Reuters Institute for the Study of Journalism, mantido na Universidade de Oxford

O documento elaborado por Wang traz uma análise da situação do jornalismo investigativo na China, apontando para seu desenvolvimento durante os anos 1970, como consequência das reformas ocoprridas no país. Também problematiza as dificuldades de se fazê-lo, em face da posição "oficial" do governo e da censura.

É inegável que, a cada ano, as pessoas se tornam mais conscientes e interessadas em expandir o uso das tecnologias a sua volta. Com isso, também se tornou prática a utilização dessas tecnologias para campanhas de mudança social e política. Na literatura, chamamos isso de ativismo digital.

Mas quais os impactos desse ativismo na sociedade moderna? Como se desenvolvem? Essas são questões que nortearam o recente livro organizado por Mary Joice, da Meta-Activism Project. Trata-se do livro "Digital activism decoded: the new mechanics of change", disponível para download.

O livro é dividido em três partes, apresentando os aspectos ligados ao meio ambiente do ativismo digital, as práticas existentes e os efeitos na sociedade moderna. Participam do livro nomes ligados a área e pesquisadores, tais como Trebor Scholz, Brannon Cullum, Katharine Brodock, Tom Glaisyer, Anastasia Kavada, Steven Murdoch, Dave Karpf, dentre outros.

A Universidade de Westminster, em associação com a British Journalism Review, realiza nos próximos dias 8 e 9 de junho o seu evento anual na área de jornalismo. O tema para 2010 abrangerá os aspectos ligados aos anunciados novos modelos de jornalismo.

A proposta do evento é discutir as possibilidades dos 'novos' modelos e os aspectos ligados ao financiamento destas propostas. Essa não será uma tarefa fácil. Muitos tem evitado especular sobre o assunto, com receio de "atirar no escuro".

Participam do evento os professores Francois Nel, da University of Central Lancashire, Rasmus Kleis Nielsen e David Levy, do Reuters Institute, Steven Barnett, da University of Westminster, Jane Moore, do The Sun, Peter Oborne, do The Mail/ Channel 4, Roger Parry, do Johnston Press, William Perrin, ativista e blogger e Claire Enders, do Enders Analysis.

O evento promete ser um espaço interessante de discussões. Esperemos que os resultados sejam partilhados logo na rede. As inscrições ainda encontram-se abertas.

Jason Stverak, presidente do Franklin Center for Government and Public Integrity, uma organização jornalística sem fins lucrativos, publicou um elucidativo artigo intitulado "Newspaper journalism isn't dead; just look at the numbers". O artigo, disponibilizado no OJR: The Online Journalism Review, aponta para um novo estudo que foi lançado recentemente pela Newspaper National Network. O estudo revela que houve elevação no número de page views de cerca de 10% sobre os meses anteriores. 

Segundo Stverak,
From March to April 2010, the top 25 markets grew 10 percent reaching 83.7 million. These visitors generated a total of more than 2 billion page views in April, up 24 percent from 1.6 billion page views in January. This study is a strong indicator that journalism isn’t dead. Nor is the quest for news diminishing as the newspaper industry has struggled. And while newspapers lay off journalists and fail to meet the needs of the public, it is now apparent that Americans are actively finding an alternative source to keep abreast on the news they care about.
Essa notícia, com certeza, "esquentará" o mercado jornalístico americano, mas, com bem destacou Stevrak, o mundo virtual não é tão fácil como se imagina e o retorno publicitário pode não ser tão rápido como se espera. Para ilustar isso, Stevrak citou o caso do Long Island’s Daily que gastou cerca de 4 milhões de dólares para reformular seu sítio e, cobrando apenas 5 dólares por semana (ou 260 dólares no ano), conseguiu apenas 35 assinantes em três meses.

Irene Lozano, diretora adjunta do sítio espanhol El Cuarto Poder, escreveu sobre a precarização do trabalho jornalístico. Fazendo menção a idéia de "proletarizar", Lozano aponta para a desqualificação profissional do jornalismo que é vivenciado na Espanha. Isso em parte, se deve as mudanças ocasionadas pela entrada na Comunidade Européia. O preço da estabilidade nacional pode ser sentido na diminuição paulatina dos salários e, dos benefícios e insumos ao trabalho jornalístico. 

Segundo Lozano, citando sua própria vivência profissional, ela passou da fase em que os jornais pagavam as despesas de transporte e cópias para a produção de notícias à fase de descompromisso com o jornalista, onde o metrô, táxi e a própria prividência social é responsabilidade do jornalista. Essa situação, leva Lozano a reconhecer uma aparente verdade:
La precarización de la profesión no es evidente, porque salir en televisión o firmar en un periódico conceden un estatus aparente, aunque no se corresponda con un nivel de vida real. Pero lo cierto es que con 96.000 pesetas del año 80 uno se podía alquilar un piso decente, mientras que con 600 euros del año 2010, apenas se puede alquilar una habitación si quiere seguir comiendo. La proletarización del periodismo es, de hecho, una noticia. Y sin embargo, los medios todavía no la han publicado. No lo hacen porque tendrían que asumir, o criticar, el efecto pedagógico que los despidos y la pérdida de poder adquisitivo ejercen sobre los periodistas. En las redacciones hoy cunde un mensaje: no te muevas, no molestes, no abandones el camino trillado. Si lo haces, no llegarás; y si has llegado, puedes ser el próximo en salir.
Esse descompasso entre as transformações tecnológicas, as mudanças nas redações e a precarização do trabalho do jornalista, revela muito sobre o estado da profissão no momento. Penso que o problema central da descaraterização do trabalho jornalístico, de seu caráter sobretudo intelectual, gera o que Lozano conclui:
No hace falta un gran esfuerzo de imaginación para saber que ese ambiente coactivo estimula el servilismo y el asentimiento y, por tanto, es el enemigo número uno del trabajo intelectual. Difícilmente se puede informar en libertad, crear, arriesgar o tratar de hacer valer el criterio propio que se le supone a un periodista, cuando en su mente se ha instalado como prioridad absoluta la supervivencia laboral a cualquier precio. Y ese precio lo estamos pagando en deterioro de la información y de la opinión. El problema no es que las empresas periodísticas quieran ahora mercenarios puros, disciplinados y obedientes: probablemente sea lo que siempre quisieron. El problema es que ahora los periodistas están mucho más dispuestos a serlo. Y el problema aún mayor es que, si los mismos periodistas no pelean por su independencia, la sociedad pensará con todo derecho que no debe de ser muy importante.
Vamos observar os aspectos apontados pela colega  Irene Lozano e ver se o mesmo pode ser dito da situação atual do trabalho jornalístico aqui no Brasil. O que você pensa sobre isso?

Pense em comprar um produto e/ou serviço e não ter idéia de quando ou mesmo por quanto tempo poderá desfrutar do que lhe é cabido? Essa é uma situação muito estressante e extremamente frustante. Pois é assim que se encontram os que retiram o registro profissional para exercerem a profissão de jornalista, sem a formação universitária específica.


Desde que o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) acatou o parecer do ministro Gilmar Mendes, que decidiu que é inconstitucional a exigência do diploma de jornalismo para o exercício da profissão, o registro profissional tem sido feito em diversos cantos do Brasil, sem a exigência da formação universitária.

Segundo a Agência Câmara de Notícias,  "1.098 pessoas obtiveram no Ministério do Trabalho o registro profissional para atuar na área sem nenhuma exigência". De fato, o Ministério do Trabalho tem emitido o registro profissional, sendo a diferença estampada no anverso. Segundo a Agência Câmara,
Enquanto o trabalhador com diploma é classificado de jornalista profissional, os sem graduação na área são enquadrados como jornalista/decisão STF. De acordo com o Ministério do Trabalho, a diferenciação visa informar ao empregador se o profissional tem ou não o diploma. 
Esse condicionamento "decisão STF", por si só, gera uma diferenciação na forma de se recepcionar esse 'profissional' (inclusive do ponto de vista da remuneração para as mesmas funções específicas) e,  como atesta o deputado Hugo Leal (PSC-RJ), relator da comissão que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 386/09, citado pela Agência Câmara,
A situação dessas pessoas é complicada, porque estamos em um período de vacância da lei. São registros provisórios que vão ser regulamentados depois, ainda que o Ministério do Trabalho esteja cumprindo seu papel concedendo os registros.
Essa condição de instabilidade profissional, transforma as relações trabalhistas e torna o mercado laboral ainda mais instável. Certo colega da área, queixava-se da proposta de redução salarial recebida, com a desculpa do "patrão", de que há 'profissionais sem diploma e com registro' que aceitarão ganhar menos. Vamos ver como esse "abacaxi" será descascado nos próximos meses até a possível aprovação da PEC.

O jogo Farmville, desenvolvido pela produtora Zynga e disponibilizado pelo Facebook, entrou no rol das 50 piores idéias dos últimos tempos da revista Time. O jogo conta atualmente com 70.220.564 de usuários. 

Trata-se de um jogo onde o usuário tem de evoluir como um fazendeiro administrando uma fazenda virtual. Entre as atividades desenvolvidas, estão o plantio, o cultivo e a colheita de diversas plantas, árvores e animais, além da construção de casas, celeiros e outros elementos típicos de uma fazenda.

Segundo a Time, o jogo, ou melhor, "a série de tarefas" que são desencadeadas pelo constante clic do mouse, é uma das piores invenções, devido a perda de tempo que o 'jogo' ocasiona. Na lista publicada, figuram ainda o Spam E-mail, o Smile Checks, o Microsoft Bob, o Clippy e o Nintendo Virtual Boy. A lista completa traz algumas surpresas. Veja o por quê.

Uma interessante reportagem, produzida por Rodrigo Bittar e veiculada pela Agência Câmara de Notícias, apontou para o exercício da profissão de jornalista em diversos países da europa

Em muitos, o exercício não é condicionado ao profissional possuir a formação superior na área. A reportagem cita o caso da "Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Chile, China, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Hungria, Irlanda, Itália, Japão, Luxemburgo, Peru, Polônia, Reino Unido, Suécia e Suíça". 

Na reportagem, se faz referência ao trabalho de Michel Mathien, professor de ciências da informação e da comunicação da Universidade de Strasbourg III, na França. Mathien escreveu o livro “Les Journalistes”, de 1995, onde aponta que "em quase toda a Europa, apesar de não haver requisito de formação, existe regulamentação de acesso à profissão". 

De fato, as posições são muito amplas, havendo defesa para  a manutenção do diploma, ora como exigência mínima para o exercício da profissão, ora como um "plus", que diferenciaria o profissional e o faria mais competitivo. É claro que em ambas as concepções, teremos prós e contras. Do ponto de vista da universidade, não consigo conceber o exercício, consciente e crítico, do jornalismo sem uma sólida formação. Mas, também compreendo que, em um país como o Brasil, com "abismais" distâncias sociais, não podemos negar a presença de profissionais renomados e de impacto, sem a formação universitária específica.

Essa é uma questão bem complexa: quem deve ser o jornalista, o diplomado ou o ''prático"? Não tenho resposta a essa questão. Ela será construída ao longo de muito e profundos debates, tanto dentro como fora da academia. Enquanto aguardamos o desenvolvimento, vamos ver o que ocorre em outros países, conforme citado pela reportagem:

Alemanha: não há obrigatoriedade de formação superior; a profissão é regulamentada por meio do reconhecimento conjunto, por parte das empresas jornalísticas e das organizações profissionais, de um período de aprendizado prático de 18 a 24 meses.
Bélgica: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado ao reconhecimento, por parte da organização profissional, de ausência de impedimentos; existem vantagens salariais para os diplomados.
Dinamarca: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado à licença emitida pelo sindicato nacional dos jornalistas.
Espanha: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado a ter nacionalidade espanhola, inscrição no registro de jornalistas e à posse de diploma em ciências da informação ou de experiência profissional de dois a cinco anos.
França: não há obrigatoriedade de formação superior.
Grã-Bretanha: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado a um estágio em empresa jornalística ou, para os que não o conseguirem, a um curso preparatório do Conselho Nacional de Treinamento de Jornalistas.
Grécia: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é obtido por meio de diploma em jornalismo ou experiência de três anos na área.
Irlanda: não há obrigatoriedade de formação superior; não há nenhuma norma formal ou tradicional de acesso.
Itália: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado ao registro na ordem dos jornalistas, que é concedido somente após um estágio de 18 meses e aprovação em um exame de proficiência.
Luxemburgo: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado a licença do conselho de imprensa, que exige o compromisso com princípios deontológicos.
Países-Baixos: não há obrigatoriedade de formação superior; o acesso à profissão é condicionado a licença do conselho de imprensa.