Foto: Nasa
O World Journalism Education Council estabeleceu uma declaração de princípios que  são  de importância e atenção quanto aos processos formativos em jornalismo.

Segundo o conselho, 11 princípios devem nortear os processos de formação em âmbito mundial. No preâmbulo dos princípios, as 23 entidades internacionais que assinam o documento, apontam que o jornalismo tem como finalidade servir ao público e, dessa forma, devem "[...] dominar um corpo cada vez mais complexo de conhecimentos e habilidades especializadas [...]", mas, como destaca, "[...] acima de tudo, o jornalista deve ser responsável por desenvolver um compromisso ético [...] este compromisso deve incluir uma compreensão e profundo apreço pelo papel que o jornalismo desempenha na formação, valorização e perpetuação de uma sociedade informada". 

São esses os 11 princípios:
1. No coração da educação em jornalismo deve haver um equilíbrio entre o conteúdo conceitual, filosófico e, baseado em competências. Embora seja também interdisciplinar, o ensino do jornalismo é um campo acadêmico com espaço próprio, com um corpo distinto de conhecimento e teoria.
2. O jornalismo é um campo adequado para estudos universitários de graduação à pós-graduação. Os programas de formação jornalísticos devem oferecer uma gama completa de graus acadêmicos, incluindo bacharelados, mestrados e doutorados, assim como certificações, especializações e treinamentos de carreira.
3. Os educadores em jornalismo devem ser uma mistura de acadêmicos e profissionais, sendo importante que os educadores tenham experiência em trabalhar como jornalistas.
4. Os currículos de Jornalismo devem inclui uma variedade de cursos e competências, tais como o estudo da ética no jornalismo, história, estruturas midiáticas/instituições a nível nacional e internacional, análise crítica da mídia e do jornalismo como uma profissão. Devem incluir, ainda nos cursos,o papel social, político e cultural dos meios de comunicação na sociedade e, às vezes, incluir cursos sobre como lidar com os meios de gestão e economia. Em alguns países, o ensino do jornalismo inclui campos como relações públicas, publicidade, produção e difusão.
5. Os educadores em jornalismo têm uma missão importante de sensibilização para promover a compreensão midiática do público em geral e, dentro de suas instituições acadêmicas, especificamente.
6. Os graduados em programas de jornalismo devem estar preparados para trabalhar com a informação, fortemente empenhados profissionalmente, tendo elevados princípios éticos e, capazes de cumprir as obrigações de interesse público que são fundamentais para seu trabalho.
7. A maioria dos programas de graduação e muitos mestres do jornalismo tem uma forte orientação profissional. Nestes programas de aprendizagem profissional/vivencial, devem ser prestados em laboratórios, em salas de aula e estágios em local de trabalho, sendo isso um componente chave.
8. Os educadores em jornalismo devem manter fortes ligações com as indústrias de mídia. Eles devem refletir criticamente sobre as práticas da indústria e oferecer aconselhamento e reflexão para a indústria.
9. O jornalismo é um campo tecnologicamente intenso. Profissionais terão de dominar uma variedade de ferramentas baseadas em computador. Sempre que possível, o ensino do jornalismo fornecerá uma orientação para essas ferramentas.
10. O jornalismo é um esforço global, estudantes de jornalismo devem saber que, apesar das diferenças políticas e culturais, esses compartilham valores e objetivos profissionais com seus pares em outras nações. Sempre que possível, o ensino do jornalismo proporcionará aos alunos a experiência, em primeira-mão, da maneira que o jornalismo é praticado em outras nações.
11. Os educadores em jornalismo têm a obrigação de colaborar com os colegas no mundo inteiro para prestar assistência e apoio, para que o ensino de jornalismo possa ganhar força como uma disciplina acadêmica e, desempenhar um papel mais eficaz em ajudar o jornalismo para alcançar seu pleno potencial.
Esses princípios não são novidade, mas reforçam o que outros países devem ter como metas ao estabelecerem suas estruturas curriculares e proporem competências e habilidades formativas.  Muitos desses princípios já figuram entre os elementos norteadores das Diretrizes Curriculares Nacionais e das competências previstas aos egressos em jornalismo e comunicação social. Mas não custa frisar que o ensino de jornalismo ainda precisar ter mais espaço e acreditação. 

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