Os jornais "de maneira nenhuma podem sobreviver atrás de barreiras de pagamento", afirmou Marcos Palacios, professor da UFBA e, no momento, professor visitante da Universidade de Beira Interior (Portugal), a seção TV&MEDIA do jornal português Diário de Notícias (DN). 

Sob a manchete "Consumo de jornais cai em todo o mundo", o DN desenvolveu o que foi expresso no relatório de 2009 da Associação Norte-americana de Jornais, quanto a crise mundial. Segundo o jornal, 
Nos últimos 60 anos, a quota dos jornais no mercado publicitário norte-americano caiu para um terço, representando agora apenas pouco mais de 12 por cento, bastante abaixo da televisão (26%) e do correio endereçado (22%). [...] Apesar da visibilidade que está a ter nos Estados Unidos, a tendência de queda de audiências e de receitas de publicidade da imprensa é mundial, sendo escassos os exemplos em sentido contrário.
Indagado sobre a situação no Brasil, Palacios citou o exemplo do Jornal do Brasil, que teve de migrar para o digital.  Palacios, conforme citado no DN, afirmou:
[...] Acredito que no caso do Jornal do Brasil era uma decisão de certa maneira inevitável, porque o que estavam a perder de dinheiro com a edição impressa não se podia suportar. Ou o jornal encerrava totalmente ou buscava um novo caminho. [...] essa passagem para as novas plataformas não pode ser feita mantendo o mesmo formato do jornal impresso, como parece que até agora vem acontecendo. [...] Essas plataformas exigem formatos próprios que o Jornal do Brasil vai ter de desenvolver e implantar se pretende sobreviver [...]
De fato, a migração do impresso para o digital não pode assumir a idéia de simples transposição. É preciso mais e, nesse sentido, o desenvolvimento de um produto diferenciado atrai neoleitores e os que antes eram fidelizados. Está aqui um desafio para os processos formativos: fazer a diferença e criar um "novo" olhar sobre o digital e os processos jornalísticos.

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