Em uma conversa ontem com alunos, discutíamos a questão das competências formativas. Essa parece ser uma necessidade nos últimos tempos. Ao problematizá-la, parece que vencemos a cristalização e uma certa banalização que habita às práticas formativas.

'Exorcizamos' nossas angústias sobre os processos formativos, sobre as competências necessárias e as habilidades demandadas. Isso não é tão simples, como aparentemente fazemos crer. Envolve mais. Envolve, como bem apontou um dos alunos, a utopia. Fui indagado, durante a conversa, se podemos ainda acreditar na "utopia" do processo formativo e, se os processos educativos "realmente" acontecem como planejamos.

Lembrei nesse instante, de um autor francês que muito considero: Michel Lobrot. Lobrot, em seu livro "Para que servem as escolas?", em alto e bom, aponta para a incompletude do ato de ensinar e da imanência do ato de aprender. Por vezes, esquecemos disso durante o ato educativo e no próprio planejamento. Em jornalismo, mais ainda, já que muitas vezes, esse discurso "educativo" resume-se a poucos conhecimentos reproduzidos de nossas vivências. Não de uma sólida formação na área (mesmo por que muitos de nós não a tivemos!).

É essa incompletude, rumo a utopia, que nos motiva a continuar a construir referenciais. São esses referenciais educativos que, junto as teorias da comunicação, permitem um posicionamento. É claro que, nem sempre, tão coesos e coletivamente aceitos por professores e profissionais.

É a conclusão que acabei por reforçar ao final da conversa: "a utopia se encontra no infinito, assim como duas retas paralelas se encontrarão". Espero que "esse infinito" seja mais próximo do que esperamos!

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