Foi com o artigo intitulado "The precarization of journalism in Argentina", que Mauro Accurso escreveu para o Online Journalism Blog (OJB), sítio especializado em jornalismo on-line do Reino Unido, mantido pelo jornalista e professor da Birmingham City University, Paul Bradshaw.  

No artigo, Accurso critica veementemente a política existente na Argentina e na América Latina de precarizar o trabalho jornalístico. Como isso vem ocorrendo? Accurso explica que as empresas jornalísticas, sob a égide de "dar oportunidade" a novos e desconhecidos blogueiros, tem mantido a esses sem pagamento, apesar de desempenharem um trabalho de produção e de alavancarem periódicos digitais, atraindo novos públicos. 

De forma clara e direta, ele critica:

É por isso que muitos empregadores nos principais meios de comunicação tentam ter blogueiros em seus sites on-line sem pagar-lhes, sob a desculpa de que eles oferecem ao blogger "uma saída para mostrar seu trabalho" (Não se preocupe, isso aconteceu nas redações tradicionais e eu sofri isso pessoalmente no Clarín, a maior corporação de mídia do país [Argentina]).
Essa é uma realidade dura: as empresas jornalísticas não compreendem que a precarização nesse nível, tem efeitos negativos na forma como os profissionais e leitores enxergam o periódico.  Manter-se competitivos e atualizados nas novas mídias a custo zero, é expropriar o profissional de seu direito. E o pior que isso tem ocorrido muito.

Não raro, jornais online (e tradicionais) utilizam essa tática, criando "estágios e seleções", com produção de informação por parte dos candidatos (na maioria alunos e recém-formados que desejam ingressar no mercado) como uma pseudo-seleção, a custo zero, e com publicação em sítios. Lembro-me de encontrar alunos de graduação reclamando nos corredores da faculdade sobre essa prática de "esperteza" de alguns periódicos.

Esse não será, com certeza, o último caso desse gênero. De fato, encontraremos outras situações semelhantes nos cantões da América Latina e aqui no Brasil.

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