Imagem de abertura da "saga"
Quando criança, gostava muito de ouvir e ler as histórias da Grécia Clássica. Empolgava-me com o imaginário presente nas mitologias. Mas como o tempo passa e as coisas vão sendo ressignificadas, nem mesmo a mitologia escapa desse movimento. É o caso da animação de hoje.

Ela foi intitulada Mitologia e tenta "recontar", de maneira mais leve, trechos da mitologia sobre o olhar de uma criança mimada que recebe de seu pai - Zeus - o que ela quer. Como um clássico laboratório de horrores, novos seres são gestados pela mente de uma criança curiosa e poderosa.

A proposta dos criadores - Javier Inga, Daniel Jarvis e Ricardo Jurado - é de uma releitura, sob a égide de uma criança cheia de vontades. O vídeo está disponível no Vimeo e vale a pena pensar nessa releitura. Se desejar ver mais sobre o vídeo, sugiro uma passada no Blog Mitologia mantido pelo grupo.


Mitología / Mythology from Mitologia on Vimeo.




Uma aposta na ironia e no humor. Essa é a chave que diversas agências resolveram imprimir em propagandas das mais diversas. Encontrei algumas bem engraçadas, mas que passam uma mensagem séria.

Elas são úteis para refletir no potencial e em possíveis impactos que temática podem ter, se apresentadas de diversas formas.

Veja alguns exemplos a seguir. Elas vem de várias partes do mundo e estão disponíveis no Vimeo.



4 Commercials from Benjamin Bloom on Vimeo.


"LKW" Commercials from Steph Ketelhut on Vimeo.

Coletânea de propagandas africanas

1take media commercials from 1Takemedia on Vimeo.




Calmas e furiosas: constante dicotomia
Quando morava no litoral, sempre me encantava com o movimento das marés. O vai-e-vem das ondas, constantes e, ao mesmo tempo, inconstantes. Calmas em um momento e, noutros, com uma fúria sem limites e controle. Essa talvez seja a beleza que existe nos mares. Mas a ação jornalística também pode ser comparada ao que vivenciei.

Em tempos "líquidos" e de uma anunciada pós-modernidade, cada vez se torna mais difícil ensinar a ética jornalística. Essa é a conclusão que Stephen Ward é obrigado a reconhecer no artigo "5 Principles for Teaching Journalism Ethics in the Digital Age", publicado no sítio MediaShift. Ele é diretor do Center for Journalism Ethics in the School of Journalism and Mass Communications da Universidade de Wisconsin-Madison e, desenvolve atividades docentes constantes problematizando a ética em sala de aula.

Por que a dificuldade? Porque os padrões mudaram. Ward reconhece que em tempos passados os livros e manuais traziam conceitos de ética que eram repassados, em um verdadeiro cânon do "que fazer e do que evitar". Mais esses tempos "simples" já não existem mais. Para ele, há um choque entre o "velho" e o "novo" no campo da ética jornalística. O "velho" abrange questões amplamente discutidas em sala de aula, tais como o compromisso com o profissionalismo, a separação de notícias e opinião, os métodos para verificar os relatórios, uma preocupação com o rigor, e os ideais de objetividade.

Já o "novo", para muitos avassalador em seus métodos, invade o campo discursivo e profissional com elementos midiáticos diferenciados, tais como imediatismo, transparência, opinião crítica e jornalismo partidário, anonimato, levando muitos usuários a ignorar os métodos de precisão e verificação.

Essa constatação de Ward não é nova, mas vale lembrar que era de se esperar que novos usos fossem surgir das tecnologias que emergem e, que essas, provocassem uma crise nos paradigmas jornalísticos existentes.

Existe, então, do ponto de vista do ensino, um caminho para se ensinar ética jornalística em uma sociedade inconstante? Ward pensa que sim, mas envolve abandonar o consenso a priori. Ele indicou cinco elementos que todo professor de jornalismo deveria levar em consideração ao pensar seu curso. São eles:

1. Iniciar a partir da experiência vivencial que o aluno possui da mídia, isto é, discutir o que eles vivenciam, explorando o "tumulto de opiniões" sobre o jornalismo. Se você evitar isso, pode correr o risco de perder credibilidade aos olhos de seus alunos.

2. Auxiliar os estudantes a ter um envolvimento reflexivo: aqui entra a importância de servir de "ponte" entre o conhecimento e o alunado. O ponto central é dar-lhes elementos que permitam refletir, por conta própria, sobre os princípios, a medida em que o docente, vai mediando/intermediando com métodos para análise de situações éticas, dando perspectivas.

3. Insistir no desenvolvimento de um pensamento crítico, não nos modismos. Trabalhe contra a tendência de rejeitar princípios, simplesmente porque são tradicionais e parecem não estar na moda. Por exemplo, os "entusiastas" da nova mídia pode apressar-se a rejeitar a objetividade da notícia como um ideal. Eles podem usar raciocínios capciosos. Em tais situações, os professores têm de perguntar por razões melhor, para indicar as áreas onde a objetividade possa ser necessária, e para introduzir versões matizadas de objetividade que evitem as objeções mais óbvias.

4. Ser transitório. Ministre o curso para que seus alunos possam acompanhar a transição nas estruturas tradicionais e profissionais.Faça uma avaliação justa da ética no jornalismo profissional. Como surgiu e quais são suas características essenciais? Em seguida, compare esse quadro com os valores que fundamentam hoje a ética. A questão norteadora é: Até que ponto os princípios tradicionais se aplicam hoje? Que orientações editoriais são necessárias para lidar com situações novas, novos dilemas? Grande parte do ensino de ética jornalística deve envolver discussões sobre como a ética do jornalismo pode reinventar-se para que ela possa orientar jornalistas por meio de múltiplas plataformas midiáticas. Mostre que a invenção de novas orientações é possível. Examine como as organizações de notícias estão construiindo novas orientações sobre uma série de problemas, por exemplo, a partir do conteúdo cidadão verifique como lidar com os boatos na mídia social. Desafie-os a escrever a sua própria política de ética no anonimato online ou outros problemas.

5. Ser "global" em seu ensino. Com a "globalização" do jornalismo, exige-se que os alunos possam pensar sobre sua responsabilidade de informar um público que ultrapassa as fronteiras. Em um mundo de mídia em constante alternância, os alunos devem ponderar se os jornalistas precisam adotar uma visão mais global de si mesmos. Eles precisam considerar a possibilidade de uma ética do jornalismo global. Além disso, devemos ensinar a pluralidade de abordagens para a ética jornalística, que possa ser aplicada da Escandinávia e da Europa para a Ásia.

Essas indicações são importantes, pois permitem ao docente rever sua prática em sala de aula. Mas, Ward alerta algo que achei especialmente interessante. A revolução na sala de aula começa pelo próprio professor, sendo esse mais dialético, permitindo espaços para que seus alunos participem e construam pontos de vista; holístico, ajudando a eclosão de vários tipos de fatos e idéias nas discussões; e, socrático, por meio de questionamento e discussão, para que os alunos formulem seu próprio quadro ético.





Momento da animação
 Quem disse que com um caderno e uma caneta não se faz uma boa animação? Pois é, Jamie Bell fez uma animação intitulada A Brief History of Pretty Much Everything, que retrata a história da humanidade em breves e hilários momentos. Ele está diponível no You Tube.

O trabalho de Bell foi feito em Flip Book, em estilo tradicional, mas com toques de grande maestria. Foram ao todo 2000 páginas de desenhos para ter a animação que segue. E isso com apenas 17 anos. Bom domingo e boas gargalhadas!




Aguardando julgamento
Em 27.09.2005 o jornalista Rogério Alessandro de Mello Basali teve um artigo publicado pela Folha de São Paulo e, em 03.01.2006 pela Gazeta Bragantina, em que supostamente ofendia um juiz trabalhista. Pelo ocorrido na primeira, ele foi processado e condenado à pena de um ano e quatro meses de reclusão por calúnia, difamação e injúria – crimes previstos na antiga Lei de Imprensa.

Porém, a Lei de Imprensa foi revogada, gerando uma dificuldade de entendimento da ação punitiva, já que a Justiça entendeu que as notícias eram diferentes (datas e veículos, mas direcionadas a mesma pessoa), cabendo duas ações e não apenas uma. Segundo veiculado no último dia 11.02, pelo sítio do Supremo Tribunal Federal (STF), onde o caso foi parar, citando a defesa do jornalista,
A defesa explica que, ao manter a condenação contra o jornalista, o TRF sustentou que, revogada a Lei de Imprensa, os crimes pelos quais Rogério foi condenado passaram a ser tipificados pelos artigos 138, 139 e 140, do Código Penal. O TRF, porém, não declarou a extinção da punibilidade pela ocorrência da prescrição, mesmo passado o prazo de dois anos, conforme previa a Lei 5.250/67, diz a advogada. Isso porque para o TRF, prossegue a defesa, com a mudança na lei que embasou a condenação, a prescrição para o delito não seria o que previsto na Lei de Imprensa, e sim o previsto no Código Penal, que se dá em quatro anos.
Com esse argumento e mais um precedente aberto pela Primeira Turma do Supremo, que ao julgar o caso de outro jornalista já teria aplicado o entendimento de que a prescrição penal continua sendo regida pelo artigo 41 da Lei de Imprensa, e não pelo Código Penal, a defesa pede que seja reconhecida a prescrição da pretensão punitiva do Estado. Vamos esperar para ver o que o Celso de Mello decidirá nesse caso.


Capa da Time: foto premiada
A fotografia choca pelo requinte de crueldade expressa. Trata-se da fotografia da afegã Bibi Aisha, 18 anos, mulher da província afegã de Oruzgan, que foi mutilada pelo marido que cortou-lhe o nariz e as orelhas por ela ter voltado para a família, depois de o acusar de maus tratos.

A fotografia foi tirada pela repórter sul-africana Jodi Beiber e publicada na capa da conceituada revista Time de 1º de Agosto de 2010. A fotografia venceu o 54º concurso internacional World Press Photo 2010.

Segundo o sítio da World Press Photo, a "jovem foi resgatada por militares e por uma organização de apoio a mulheres vítimas de violência ficando em Cabul e, posteriormente enviada para os Estados Unidos, onde foi operada, recuperando o seu nariz".

Um portifólio com fotografias de mulheres intitulado "Women of Afghanistan Under Taliban Threat" está disponível no sítio da revista Time, permitindo-se conhecer um pouco mais dessa realidade.



Fonte: UNESCO
Está disponível para download a proposta da UNESCO para o ensino de jornalismo em países lusófonos. Trata-se da publicação intitulada "Modelo curricular da UNESCO para ensino de jornalismo".

A publicação é fruto de uma consulta global realizada nos últimos dois anos e aprovada no I Congresso Mundial de Ensino em Jornalismo (25-28 de Junho de 2007, Singapura).

Essa publicação, segundo o sítio da UNESCO,
[...] fornece modelos genéricos que podem ser adaptados de acordo com as necessidades específicas de cada país. A publicação reconhece os contextos social, econômico, político e cultural dos países, destacando a conexão entre democracia e jornalismo e defendendo uma abordagem mais interdisciplinar nos centros de formação em jornalismo.
De fato, na fase atual de discussões sobre caminhos formativos, essa publicação vem agregar valor, já que no contexto de elaboração, traz pontos de vistas diferenciados e geradores de discussão. Vamos ver se essa publicação agregará elementos ao que já é praticado nos diversos espaços em volta no Brasil e em outros países de língua portuguesa.  Esperemos que não seja um "modelo" e se torne fechado e prescritivo, mas antes um aglutinador de possibilidades.


Toby Mendel. Foto: IPI, Anna Blau
Toby Mendel, consultor da UNESCO e especialista em direito e democracia que liderou uma pesquisa comparativa sobre a regulação das comunicações nas 10 maiores democracias do mundo, participou do Programa Palavra Aberta, da TV Câmara sobre a temática da regulação da comunicação e das emissoras. Segundo Mendel,
[...] se não existir regulação na emissora, está não existirá. Precisamos da regulação para alargar a frequência. Chamar a regulação de censura é como fingir que a emissora não existe. Mas é importante saber qual o tipo de regulação usada e o que ela causa. Chamar todas as regulações de censura não faz sentido, é quase um absurdo; porém alguns tipo de regulação são censura.
E você, o que pensa dessa questão? O vídeo, disponível a seguir traz a entrevista completa e os argumentos apresentados. Todos encontram respaldo em linhas defensórias específicas, mas podem e devem ser contestadas, já que a democracia é uma via de mão dupla.
O estudo de Toby Mendel intitulado Freedom of Information está disponível para download no sítio da UNESCO.



Que imprensa? Que Jornalista?
Qual o papel da imprensa no Governo de Dilma Roussef? Essa foi a questão debatida no último dia 28.01 no Comitê de Imprensa, um programa da TV Câmara que debate com jornalistas políticos os grandes temas do País, a pauta do Plenário e das comissões.

No programa, disponível a seguir, a colunista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde e o repórter da Rádio Jovem Pan José Maria Trindade discutem se exige uma nova postura da imprensa, levando em consideração que as oposições encontram-se fracas em relação à situação.

Desse debate, eclodem competências críticas e formativas para a ação do jornalismo no governo que se inicia. O vídeo tem cerca de 25 minutos.



Caso o vídeo não abra imediatamente, clic no endereço do Comitê de Imprensa.